Menos de 1% das empresas portuguesas têm seguros contra ataques informáticos
Há três meses sob ataque massivo de "hackers" estrangeiros, Portugal está entre os 30 países com maior número de ataques informáticos em todo o mundo, segundo dados da Kaspersky, empresa russa especializada em proteção de redes na internet, estimando-se que o impacto do cibercrime ultrapasse os 20 mil milhões de dólares (17,5 mil milhões de euros).
PUB
Não obstante o risco cibernético constituir uma das maiores ameaças às empresas portuguesas, a transferência deste risco através de seguros é ainda residual no nosso país.
PUB
Apesar de mais de um terço (34,8%) dos empresários e gestores nacionais identificarem o risco cibernético como um dos principais riscos que enfrentam, são menos de 1% as empresas que têm seguro de proteção contra ataques informáticos, revela o estudo "MDS Research: Situação Económica em Portugal", realizado pela consultora de riscos e seguros MDS, que foi em dezembro passado vendida pela Sonae ao britânico The Ardonaugh Group.
PUB
"Os seguros cibernéticos são uma excelente ferramenta para a gestão de risco, mas as empresas ainda não estão a aproveitar esta oportunidade para reforçar a sua proteção e garantir a continuidade e sustentabilidade dos seus negócios", alerta Pedro Pinhal, diretor técnico e de sinistros da MDS Portugal, frisando que "os ataques recentes em Portugal realçam a importância desta proteção, que é essencial e complementar às soluções de proteção tecnológica".
PUB
Mas, atenção: "O seguro cyber não substitui nem exclui os mecanismos de segurança e os planos eficazes de resposta a incidentes, como também estes não tornam o seguro desnecessário ou redundante", sinaliza Pinhal.
PUB
Ainda que a maior visibilidade sobre o risco cibernético esteja naturalmente a provocar um aumento acelerado da procura por seguros cibernéticos, acontece que "muitas destas empresas ainda têm pouca sensibilidade para a sua real importância, pois têm tendência a não segurar a totalidade dos riscos", constata a MDS.
PUB
Já entre as empresas que compraram a apólice, "várias questionam frequentemente a sua utilidade e têm preferido reduzir capitais para manter os prémios de seguro, reduzindo a sua proteção", atenta o mesmo estudo, que foi realizado já depois do início da pandemia pela MDS em colaboração com a CCIP e a BA&N Research Unit.
PUB
"Com um mundo cada vez mais digital, a ameaça do cibercrime aos negócios é cada vez maior. Hoje, a questão não é se uma empresa é atacada, mas quando é que tal acontecerá e se a mesma está preparada para essa ameaça - seja detendo os sistemas de proteção tecnológicos adequados, seja assegurando capital para garantir a continuidade futura do seu negócio no caso de um ataque", realça Pedro Pinhal.
Para a MDS, no quadro dos seguros para riscos cibernéticos, "uma solução robusta inclui serviços de prevenção e monitorização de ataques, de resposta urgente em caso de sinistro, bem como acesso a redes de especialistas informáticos e peritos forenses com experiência comprovada no tratamento de sinistros. Simultaneamente, garante os custos relacionados com os danos e prejuízos sofridos na própria empresa, perdas de lucros resultantes de interrupção de negócio e responsabilidades perante terceiros", conclui a multinacional de corretagem de seguro e resseguro e consultora de riscos com sede em Portugal.
PUB
Mais lidas
O Negócios recomenda