Portugal mais do que duplica produção do leite em 36 anos
O nível mais elevado de autossuficiência foi atingido em 2015 (112,5%), sinaliza o Instituto Nacional de Estatística (INE) em dados publicados sobre produção e consumo de leite de 2015.
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Para este resultado contribuiu não apenas o aumento da produção, mas ainda a redução de consumo de leite, que em 2015 foi de 71 kg por habitante/ano, o valor mínimo obtido desde 1985 e inferior em 11,7 kg ao consumo médio verificado nos 36 anos em análise.
O INE sinaliza também uma "profunda restruturação do sector" que em 25 anos (1989-2013) aumentou em mais de oito vezes a dimensão média do efectivo por exploração (de quatro vacas leiteiras para 34) e promoveu a especialização a um nível capaz de competir com os parceiros europeus", destaca a publicação do INE.
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Portugal tornou-se, a partir de 1985, também autossuficiente em manteiga, mas, pelo contrário, aumentou o défice relativo a iogurtes e queijo (graus de autoaprovisionamento em 2015 de 47,0% e 69,6%, respectivamente).
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"Estes dois produtos foram os principais responsáveis para que, no conjunto leite e produtos lácteos, o país apresentasse em 2015 um saldo negativo de 198 milhões de euros", refere o INE.
Com o fim do regime de quotas leiteiras em Abril de 2015, os resultados disponíveis para o primeiro semestre de 2016, revelam que a União Europeia produziu mais leite que no mesmo período dos anos precedentes, sinaliza o INE.
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De acordo com o instituto, em 2016, os principais constrangimentos decorrem das variações negativas de maior amplitude do índice de preços à produção de leite quando comparadas com a evolução do índice de preços dos alimentos para animais.
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"Esta menor variação relativa dos preços na produção pode reflectir a pressão exercida pela grande distribuição (expressa pela menor volatilidade das variações do índice de preços ao consumidor) que afecta a distribuição do rendimento pela cadeia de valor", refere.
Segundo o INE, apesar do aumento global da produção de leite na União Europeia, no primeiro semestre de 2016, no caso dos pequenos países como Portugal, observou-se uma diminuição da recolha de leite de 3,7%, segundo informação previsional.
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"Esta redução poderá condicionar negativamente o nível de eficiência anteriormente alcançado na produção de leite e acentuar os constrangimentos associadas às bacias leiteiras nacionais que incluem, nomeadamente, o facto de se situarem em regiões de minifúndio e ultraperiféricas no contexto europeu", acrescenta o instituto.
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