"Benefício" do vinho do Porto sobe para 96.500 pipas
No Comunicado de Vindima, o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) anunciou hoje o “consenso entre as profissões” para fixar o designado “benefício” em 96.500 pipas. Na prática, é a quantidade de mosto generoso que, somando a aguardente que é preciso adicionar, fixa a quantidade de vinho do Porto que pode ser produzida na vindima seguinte.
Este é um processo que exige todos os anos uma negociação entre os representantes dos produtores e dos comerciantes de Vinho do Porto, tendo por base um conjunto de critérios técnicos, os níveis de vendas de Vinho do Porto nos últimos meses e as projecções para o resto do ano de 2012, o nível de stocks existentes e as intenções das compras dos comerciantes até ao final do ano.
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Em época de crise, agravada na região do Douro, esta decisão vem de encontro às pretensões dos lavradores, com o representante do Governo a reconhecer isso mesmo num comunicado enviado às redacções. Opresidente do IVDP, Manuel Cabral, refere que “tendo em conta a diminuição de benefício registada o ano passado e entendendo-se que há condições para isso, considerou-se ser da maior importância dar um sinal de esperança aos viticultores da região".
“Não podemos deixar de ter em conta que, no sector, o equilíbrio da oferta e da procura é essencial à sustentação dos preços, sendo este equilíbrio um elemento muito importante, quer para o comércio, quer para a produção”, acrescenta o dirigente, que foi nomeado para o cargo em Novembro do ano passado e que “assina” pela primeira vez um Comunicado de Vindima.
Flexibilizada a aguardente para produzir vinho do Porto
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O IVDP confirmou ainda uma outra alteração estrutural, aprovada pelo Conselho Interprofissional, que flexibiliza a quantidade de aguardente necessária à produção de vinho do Porto, explicando que, “se até agora, poderiam ser utilizados 126 litros de aguardente em cada pipa de 550 litros, a partir de hoje, os limites da sua utilização estão balizados entre os 65 e os 120 litros”.
O valor final de mosto a beneficiar é decidido pelo vinificador, de acordo com o tipo de vinho do Porto a produzir.
A quantidade de aguardente poderá passar desta forma a ser menor, o que para o Instituto vai “conduzir a uma maior distribuição de mosto generoso por todos os viticultores” e será “duplamente positivo”. Os viticultores poderão vender mais mosto e também os vinificadores podem usar menor quantidade de aguardente para produzir a mesma quantidade de Vinho do Porto.
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