Trabalhadores da Auchan contestam conversão de subsídio em cartão refeição
Trabalhadores da Auchan participam, esta manhã, numa ação de protesto junto à sede do grupo, em Paço de Arcos, contra a imposição de um cartão de refeição como forma de pagamento do subsídio de alimentação, numa iniciativa que vai culminar com a entrega de um abaixo-assinado.
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"Foram recolhidas mais de assinaturas de trabalhadores de lojas de todo o país", diz Raquel Jordão, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) ao Negócios, adiantando que que se espera que, em face dos números da contestação, a empresa, que até aqui se tem mostrado "intransigente" na sua decisão, fique "solidária" com os funcionários. No centro da controvérsia está o anúncio por parte do grupo de origem francesa de passar a pagar o subsídio de alimentação através de um cartão pré-pago denominado de "Bom Garfo" de uso circunscrito às lojas do grupo e a um número reduzido de restaurantes, explica a dirigente sindicalista. Da perspetiva dos trabalhadores está em causa uma "manobra financeira": "Isto, para nós, é uma forma que a empresa arranjou de
No centro da controvérsia está o anúncio por parte do grupo de origem francesa de passar a pagar o subsídio de alimentação através de um cartão pré-pago denominado de "Bom Garfo" de uso circunscrito às lojas do grupo e a um número reduzido de restaurantes, explica a dirigente sindicalista.
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Segundo Raquel Jordão, o grupo não auscultou previamente os trabalhadores a propósito da decisão, limitando-se apenas a informá-los: "Houve uma reunião com o secretariado da Auchan em que nos foi comunicada, mas não foi pedida a nossa opinião".
Numa fase inicial, ainda em dezembro, os funcionários começaram a ser chamados aos recursos humanos para darem consentimento, mas depois os cartões pré-pagos da financeira Oney e os respetivos códigos começaram a ser enviados para casa dos trabalhadores sem que tenham aderido, numa "clara violação à proteção de dados pessoais", critica a dirigente sindicalista.
Com a ação de protesto de hoje, em particular com o abaixo-assinado, Raquel Jordão espera conseguir "apelar à consciência" da empresa. "Os trabalhadores rejeitam o cartão porque utilizam o dinheiro onde querem ou, sendo práticos, onde é mais barato e também para pagar despesas correntes", pelo que, a avançar, a imposição vai fazer mossa no orçamento familiar", aponta a dirigente sindicalista.
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"São mais de 100 euros que as pessoas precisam para fazer face a necessidades básicas", particularmente importantes atendendo a que "os salários são muito baixos", enfatiza.
Se nada mudar com a iniciativa de hoje, explica, será entregue uma minuta nos recursos humanos, a assinar pelos trabalhadores, em que declaram que vão utilizar o valor pago em cartão, "porque precisam dele para comer", mas sob protesto.
Isso não invalida, porém, outras ações de contestação: "Vamos de continuar com a luta se a empresa continuar intransigente e, como é obvio, uma greve estará sempre em cima da mesa".
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