Carlos Tavares faz com a Opel o que a GM não fez em 20 anos
Esta terça-feira, o grupo PSA anunciou que a Opel alcançou 502 milhões de euros de lucro no primeiro semestre graças à estratégia seguida de um corte agressivo nos custos e supressão de postos de trabalho. As acções da Opel chegaram a ganhar 15%, a maior subida em seis anos.
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"Esta é simplesmente a recuperação mais rápida que vi na indústria automóvel em muitos anos", escreveu Jose Asumendi, analista do JP Morgan, numa nota de "research".
Carlos Tavares traçou uma estratégia agressiva, pressionando os sindicatos a aceitarem a perda de empregos nas fábricas da Opel e a cortar em despesas de funcionamento, desde impressoras a telemóveis para os executivos.
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Adicionalmente, o investimento em desenvolvimento foi reduzido, apostando em novos modelos da Opel criados com base nas plataformas tecnológicas já existentes da Peugeot e Citroën, o que permitiu reduzir os custos de fabricação entre 20 a 50%.
A Opel e a sua "irmã" britânica Vauxhall foram vendidas por 1,3 mil milhões de euros em Março de 2017.
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A margem operacional recorrente no primeiro semestre atingiu os 8,5% para a Peugeot, Citroën e DS, enquanto na Opel se situou em 5%. O grupo PSA reiterou o objectivo de uma margem operacional de mais de 6% em 2021, excluindo a Opel.
"Estamos a ver os primeiros sinais dessa recuperação", disse Carlos Tavares em entrevista a Caroline Connan, da Bloomberg TV. "Cada funcionário está a contribuir e estou muito contente por ver os resultados de todos os ‘stakeholders’", acrescentou.
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O esforço de redução de gastos também resultou num acordo com sindicatos alemães para a eliminação de 3.700 empregos da Opel na Alemanha de um total de cerca de 20.000 funcionários no país.
Em Portugal, segundo os dados divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), as vendas da Opel nos primeiros seis meses do ano atingiram as 8.786 unidades, uma subida de 5,6% face ao período homólogo.
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