Nissan prevê lucros anuais mais baixos em seis anos
A Nissan reviu esta terça-feira em baixa as suas previsões de lucros para o exercício que finda em março e antecipa um resultado que será o mais baixo desde 2013. A quebra deve-se a um decréscimo das vendas, assinala a fabricante automóvel.
PUB
Adicionalmente, a empresa revelou que contabilizou um custo de cerca de 74 milhões de euros devido aos salários do ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, detido desde novembro por suspeitas de prestação de falsas informações ao mercado quanto às suas remunerações e uso indevido de dinheiro da empresa.
A Nissan, segundo maior fabricante automóvel japonês, estima um lucro operacional de 450 mil milhões de ienes (3.613 milhões de euros ao câmbio atual), uma descida de 22% face ao exercício fiscal anterior. Esta estimativa traduz uma revisão em baixa de 17% face às anteriores previsões da empresa.
PUB
Este valor corresponderia ao menor lucro operacional da fabricante nipónica desde 2013.
A empresa justifica esta revisão com a estimativa de uma quebra de 5,5% nas vendas mundiais, afectadas em particular pela China, o seu maior mercado, e os EUA.
PUB
O CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, sublinhou que a empresa não irá tentar atingir as metas de vendas através de descontos.
"Apenas conseguimos atingir 60 a 70% dos objetivos de vendas mundiais no final do terceiro trimestre", referiu.
PUB
A Nissan estima agora encerrar o ano fiscal com 5,6 milhões de veículos vendidos em todo o mundo, abaixo da meta anteriormente avançada de 5,93 milhões de unidades.
No que respeita à China, a marca ainda prevê um crescimento das vendas, mas mais modesto, apontando para 1,56 milhões de veículos vendidos contra a anterior meta de 1,7 milhões. Já no mercado dos Estados Unidos, a Nissan antecipa uma quebra de 8,6% face às vendas em 2017, para 1,46 milhões de viaturas.
PUB
Em Portugal, a Nissan aumentou as vendas em 14,5% em 2018, para 15.553 veículos.
Provisão de 74 milhões devido a GhosnA Nissan indicou ter reconhecido cerca de 74 milhões de euros em despesas adicionais relativas aos pagamentos efectuados ao ex-presidente, Carlos Ghosn, entre 2010 e 2018 e que terá reportado rendimentos inferiores aos efectivamente auferidos.
PUB
Apesar de existir a possibilidade de um tribunal japonês ordenar à Nissan que pague aquele montante a Ghosn, Saikawa referiu que é "improvável" que a despesa seja realizada.
Carlos Ghosn, detido desde 19 de novembro no Japão, nega as acusações.
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais Nissan Carlos Ghosn China EUA Hiroto Saikawa Portugal Japão automóvel lucro vendasMais lidas
O Negócios recomenda