Renault e Nissan estudam voltar a reforçar a aliança
A Renault e a Nissan estão a discutir o reatamento da sua aliança de 26 anos. A saída de Luca de Meo da Renault para dirigir o grupo francês de luxo Kering terá mudado a estratégia da marca de automóveis francesa, abrindo a porta para que o novo CEO François Provost possa reavaliar a aliança e os seus benefícios, adiantaram fontes ligadas às negociações ao jornal britânico Financial Times.
Num evento em Paris, este mês, Provost afirmou que as parcerias eram uma solução fundamental para a pequena escala da Renault em comparação com outros fabricantes de automóveis europeus, como a Peugeot e a Stellantis, proprietária da Fiat, ou a Mercedes-Benz.
PUB
“Vinte anos com a Nissan ensinaram-nos (…) que temos a capacidade não só de negociar parcerias, mas acima de tudo de as executar em benefício da Renault. É assim que abordamos a questão da escala”, afirmou o gestor no encontro.
Ao Financial Times, um porta-voz da Renault adiantou que Provost e o CEO da Nissan, Ivan Espinosa, mantêm discussões regulares sobre a forma como cada empresa pode apoiar a outra, afirmando que isso é um “bom sinal” para o futuro da relação.
Uma segunda fonte explicou ao jornal britânico que “a saída de de Meo abriu uma nova possibilidade para a aliança” e que o “o novo CEO [do grupo francês] é muito mais favorável a fazer algo com a aliança”, por ser “homem de parcerias”.
PUB
No início deste ano, a Renault anunciou planos para adquirir o controlo total da sua joint venture na Índia com a Nissan, o que ajudou o seu parceiro japonês a angariar capital, ao mesmo tempo que reforçou a presença do grupo francês num mercado importante.
Entretanto, o grupo japonês está a construir a sua própria versão do Twingo totalmente elétrico da Renault, utilizando a plataforma da empresa francesa na sua fábrica de Douai, no norte de França. Os dois grupos também têm uma aliança com a rival Mitsubishi Motors, de menor dimensão.
Segundo o FT, uma outra fonte conhecedora das negociações explicou que haverá mais projetos entre a Nissan e a Renault a serem anunciados em breve. Com o desempenho da Nissan sob pressão, a empresa também está à procura de mais oportunidades para fabricar os seus veículos em conjunto com vários parceiros.
PUB
Ao FT, fonte oficial terá dito que “a aliança é um pilar fundamental do negócio” e confirmado que “os dois grupos estavam a trabalhar em “vários projetos estratégicos de alto valor”.
O afastamento entre Renault e Nissan começou a consumar-se em 2018, depois de o CEO da empresa nipónica, Carlos Goshn, ter sido preso. Estas negociações para o restabelecimento da aliança são o capítulo mais recente de uma parceria que foi totalmente reestruturada em 2023. Nessa altura, a Renault concordou em reduzir gradualmente a sua participação na Nissan, que chegou a ser de 43%, para 10%.
PUB
Mais lidas
O Negócios recomenda