Volkswagen cria guia para informadores do escândalo de emissões

O grupo automóvel quer os funcionários a revelar informações sobre o maior escândalo nos seus 78 anos de história. A garantia dos empregos já tinha sido dada. Agora há directrizes para que cheguem mais revelações.
Volkswagen
Bloomberg
Wilson Ledo 12 de Novembro de 2015 às 17:34

O guia deverá chegar esta quinta-feira, 12 de Novembro, escreve o The Wall Street Journal. O grupo Volkswagen quer deixar claras as directrizes para os funcionários que tenham mais informações sobre o escândalo de manipulação de emissões ainda por denunciar.

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Citando uma fonte ligada ao processo, o jornal especifica que a Volkswagen pretende facilitar a chegada de mais informações no âmbito da investigação interna que está a levar a cabo.

O final de Novembro é definido como o prazo limite para que novos dados possam chegar por parte dos seus funcionários, confirmando uma notícia anterior da Reuters que citava uma carta do presidente do grupo, Herbert Diess.

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A Volkswagen está debaixo da pressão de vários reguladores, como o alemão KBA e a norte-americana EPA (Agência de Protecção Ambiental). Cinco dias após o escândalo ter rebentado em Setembro, iniciou uma investigação interna para apurar responsabilidades.

A fonte do The Wall Street Journal especifica que já está em marcha um sistema que permite aos funcionários fornecer informações de uma forma anónima sobre quaisquer eventuais irregularidades ligadas a este caso.

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Desde que assumiu o cargo, o CEO Matthias Müller sempre recordou aos trabalhadores que não estaria em causa o seu posto de trabalho caso decidissem colaborar com as investigações. Tal levou à descoberta de uma nova vaga do escândalo: há 800 mil carros cujas manipulações de dióxido de carbono foram manipuladas. Entre eles, há 98 mil carros a gasolina.

Já antes, o grupo tinha reconhecido ter adulterado as emissões de óxido de azoto em 11 milhões de carros a gasóleo em todo o mundo. Em Portugal, há 117 mil carros a circular com estas características.

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A Volkswagen já separou 8,7 mil milhões de euros para fazer face aos custos do escândalo, mas o valor poderá não ser suficiente. Os analistas estimam gastos de 35 mil milhões de euros, tendo em conta indemnizações, processos judiciais, reparações e ajustes fiscais.

Esta quarta-feira, 11 de Novembro, o regulador alemão KBA revelou que existem mais marcas com níveis de emissões de óxido de azoto acima do permitido por lei. A entidade analisou 50 modelos de 23 marcas, mas não especificou quais os que não cumprem os requisitos.

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As negociações com as fabricantes envolvidas nos testes já começaram, para determinar se a manipulação encontrada foi intencional, à semelhança do que aconteceu na Volkswagen.

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