BCP quer recomprar dívida no valor de 300 milhões
O BCP propõe-se comprar dívida no valor de 300 milhões de euros. De acordo com um comunicado enviado esta terça-feira, 16 de Fevereiro, à CMVM, o banco liderado por Nuno Amado diz ter lançado "um processo de solicitação de ofertas para aquisição de valores mobiliários representativos de dívida", mas "limitado a um valor de aquisição global máximo de 300 milhões de euros".
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O banco identifica no comunicado as emissões que se propõe readquirir: Magellan Mortgages No. 2 plc Class A (sénior) com maturidade em 2036, no valor total de 87,8 milhões de euros; Magellan Mortgages No. 3 plc Class A (sénior) cuja emissão, com maturidade em 2058, atingiu os 396,96 milhões de euros e a emissão Banco Comercial Português, S.A. 3.375 per cent, que termina a 27 de Fevereiro de 2017, no valor global de 500 milhões.
Limitando a compra aos 300 milhões de euros, nem todas as obrigações serão reembolsadas nesta solicitação de ofertas dirigida aos investidores institucionais. O banco explica que a operação "enquadra-se nas iniciativas destinadas à gestão da estrutura de financiamento e capital", sendo que esta operação deverá permitir optimizar a estrutura de capital do BCP.
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Em Julho do ano passado o banco tinha já efectuado uma operação semelhante, no valor de 500 milhões de euros. Em comunicado enviado à CMVM, o banco liderado por Nuno Amado revelou que gastou 514 milhões de euros na recompra de títulos de seis linhas de financiamento.
Na semana passada, o banco alemão Deutsche Bank anunciou a recompra de dívida para afastar quaisquer rumores de que não pudesse ser capaz de pagar quaisquer obrigações. No caso do BCP, não houve nenhuma preocupação deste género. A ideia é que o banco se sente confortável para utilizar dinheiro que tem em excesso para recomprar títulos de dívida, reduzindo o seu endividamento. Além disso, passa a ter menos 300 milhões para pagar, o que o coloca menos exposto à turbulência do mercado.
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Aliás, apesar de reduzir o financiamento externo, o BCP continua a ter 750 milhões de euros por pagar ao Estado em instrumentos convertíveis (CoCos) - e o Negócios já escreveu que essa tensão poderá dificultar o reembolso antecipado dos títulos. Neste caso, a devolução acaba sempre por ser mais complicada, tendo em conta que os reguladores só aprovam o reembolso de CoCos quando há garantias de que os rácios não saem prejudicados.
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As acções do BCP seguem a cair 0,91% para 0,0327 euros.
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(notícia actualizada às 10:15 com mais informação)
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