BCP foi o "maior desastre da minha vida"

O comendador pediu 350 milhões de euros à CGD para financiar a compra de ações do BCP, que eram também as garantias deste empréstimo. 
1/8
Foto: Lusa Foto: Pedro Catarino Foto: Pedro Catarino Foto: Pedro Catarino Foto: Pedro Catarino Foto: Pedro Catarino Foto: Lusa Foto: Lusa
Rita Atalaia 10 de Maio de 2019 às 16:49

José Berardo garante que o investimento no BCP "foi o maior desastre" da sua vida. O comendador pediu 350 milhões à CGD para comprar ações do banco, em empréstimos garantidos pelos próprios títulos. Mas estes acabaram por sofrer uma forte desvalorização e gerar perdas significativas. 

PUB

 

"O BCP foi o maior desastre da minha vida", afirmou Berardo aos deputados na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, esta sexta-feira, 10 de maio. 

PUB

 

Esta declaração seguiu-se a uma questão da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua relativamente aos juros associados aos créditos concedidos pelo banco estatal, perguntando porque deixaram de ser pagos em 2008. 

PUB

 

"A posição líquida eram ações que estavam condicionadas aos bancos. Se tivesse de vender ações nessa altura ia fazer um prejuízo grande, relativamente ao BCP", justificou o comendador. 

PUB

 

Na mesma audição, Berardo afirmou não ter participado no "assalto" ao BCP. "As instituições que represento reforçaram a posição no BCP para garantir o apoio à gestão de Paulo Teixeira Pinto, numa época em que o engenheiro Jardim Gonçalves tentativa assumir as rédeas do poder", referiu.

PUB

 

A auditoria da EY à gestão da Caixa Geral de Depósitos, e que analisa o período entre 2000 e 2015, revelou que o banco público tinha uma exposição a Joe Berardo e à Metalgest, empresa do seu universo, de mais de 300 milhões de euros.

PUB

 

Os empréstimos a Joe Berardo serviram para financiar a compra de ações do BCP cuja garantia eram as próprias ações. Títulos que acabaram por desvalorizar de forma acentuando, gerando perdas significativas para o banco estatal.  

PUB

 

Estes créditos acabaram por levar a Deloitte, auditora da CGD, a fazer vários alertas tanto à administração como ao Banco de Portugal, tal como o Negócios avançou. Estes avisos começaram em 2008 e repetiram-se ao longo dos anos. 

PUB

 

Pub
Pub
Pub