CEO do BPI acena com a saída, mas não para já. E afasta aquisições
CEO do BPI desde a pandemia, João Pedro Oliveira e Costa manifesta que o lugar não é eterno. “Espero que o BPI do futuro, comigo ou sem mim, vá ser sempre melhor”, afirmou na conferência Banca do Futuro” organizada pelo Negócios.
“Felizmente há muitas outras coisas giras para fazer”, afirmou minutos mais tarde, deixando no ar o cenário de uma saída surpresa. “É sempre bom termos perspetivas que de não somos o lugar”, continuou. Questionado sobre esse cenário, deixou no entanto claro que não será para já. “Eu sou pago para fazer o melhor a 300% enquanto aqui estiver. Quando gostaria de sair? Faltam muitos anos”, garantiu.
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O BPI concluiu recentemente a redução da participação no angolano Banco de Fomento de Angola (BFA), no maior IPO da bolsa de Luanda e que lhe permitiu encaixar 103 milhões de euros. Dinheiro que ainda pode demorar a chegar a Lisboa. “A operação não tem impacto nos resultados, tem no capital”, explicou o CEO do banco.
CEO do BPI
“A operação já está feita e estamos a receber os dólares como sempre recebemos. Não estamos desesperados para receber esse capital”, assegurou.
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Questionado sobre o processo que culminou na venda do Novo Banco aos franceses do BPCE – e na qual o Caixabank, acionista do BPI, estava interessado, rejeitou comentar. “Eu tenho de conduzir o automóvel”, brincou.
A ideia, seja como for é crescer. Mas sem compras. “A minha ideia é crescer e a quota de mercado do BPI não é ainda suficiente. Vou procurar alcançar uma maior quota respeitando as regras de mercado e os meus concorrentes e respeitando os meus colaboradores”, afirmou. Questionado sobre se está focado em aquisições, responde com um claro “Não”.
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A garantia pública de apoio aos jovens no crédito à habitação tem tido uma procura crescente, levando o BPI a pedir um reforço da sua quota (já autorizado) na medida.
A iniciativa do Governo permite o financiamento de 100% do valor do imóvel para pessoas até aos 35 anos de idade que estejam no processo de aquisição da primeira habitação própria e permanente com recurso a crédito. E deve continuar, defende o CEO do banco. Mas não chega. “Faz sentido incentivar a oferta, porque este incentivo é na procura e tem impacto no preço”, insiste.
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O responsável entende, de resto, que independentemente da medida, os bancos deveriam poder financiar mais do que os habituais 85% dos valores dos imóveis. “Podíamos ir mais além”, afirma.
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