UniCredit desiste de oferta por rival italiano Banco BPM
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Após oito meses de impasse, o banco italiano UniCredit SpA desistiu da compra do rival Banco BPM SpA, perante a resistência do rival e do próprio governo italiano a uma operação que criaria o maior banco do país.
A administração do banco decidiu retirar a oferta pelo Banco BPM porque as condições relacionadas com a autorização do governo – através da chamada “golden share” – não foram satisfeitas, disse o banco em comunicado esta terça-feira.
Antes, a Bloomberg tinha noticiado que o governo italiano estava a trabalhar num novo decreto que iria repor a maioria das condições exigidas para autorizar o negócio, depois de duas das exigências terem sido anuladas em tribunal.
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Apesar de o UniCredit reconhecer progressos nas negociações com as autoridades, uma resolução definitiva ultrapassaria o período mais alargado da oferta. “A incerteza contínua em torno da aplicação das disposições da ‘golden share’ não beneficiam o UniCredit ou os seus acionistas”, refere o CEO Andrea Orcel no comunicado.
Além disso, o banco salienta que a queda do negócio “representa uma oportunidade falhada não apenas para os ‘stakeholders’ do BPM mas também para as empresas italianas”.
Tal como noutros países, a ‘golden share’ é utilizada pelo governo italiano para impor condições ou mesmo bloquear negócios considerados estratégicos. Roma não facilitou o negócio, mesmo perante os alertas de Bruxelas para não interferir.
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O UniCredit apresentou uma oferta não solicitada totalmente em ações pelo Banco BPM em novembro, implicando um valor de 14,6 mil milhões, que não oferecia um prémio pelo banco, com um valor atual de mercado de 15,6 mil milhões.
O UniCredit diz que o foco vai continuar focado na execução da estratégia e que as “fusões e aquisições continuam a ser uma ferramenta a utilizar apenas se acelerar a referida estratégia e aperfeiçoar a criação de valor”.
Recorde-se que o UniCredit está a tentar também assumir o controlo do banco alemão Commerzbank, operação que também conta com a oposição do governo germânico.
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*Com Bloomberg
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