As amortizações totais de crédito à habitação voltaram a subir em dezembro, atingindo 1,03% do stock total dos empréstimos para a aquisição de habitação própria e permanente.

Os dados do Banco de Portugal mostram que se tratou da maior subida de 2024 e que a proporção que foi abatida ao stock total foi a terceira mais alta desde que há registo, numa série que teve início em dezembro de 2018. Os dois valores mais elevados foram atingidos há cerca de um ano: 1,14% em dezembro de 2023 e 1,11% em janeiro de 2024.

Nesse período, e face à subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) que levou a um aumento das prestações pagas pelas famílias nos créditos a taxa variável, o Governo permitiu o resgate não penalizado de Planos Poupança Reforma (PPR) para efeito de amortização de crédito à habitação. A medida já não está em vigor.

As amortizações parciais seguiram um comportamento semelhante: tiveram a maior subida histórica em dezembro, disparando uma décima de ponto percentual, de 0,12 para 0,22% do stock total, valor que é o segundo mais alto de sempre, sendo apenas ultrapassado pelos 0,23% registados em fevereiro de 2023.

No total, em dezembro as famílias abateram 1,25% (cerca de 1.280 milhões de euros) do stock total de crédito à habitação, que em dezembro era de aproximadamente 102,4 mil milhões de euros.

O aumento nas amortizações verificou-se on mesmo mês em que o valor concedido pelos bancos para a aquisição de habitação superou pela primeira vez os dois mil milhões de euros, levando o total de novos empréstimos no ano passado a atingir o valor mais elevado desde que existem registos.