Dividendos de Angola salvam lucro do BPI. Cresceu 13% para 137 milhões de euros
Em Portugal, ao contrário do grupo, o resultado caiu 13% até março. Crédito à habitação cresceu 8%. Margem financeira caiu e assim deverá ser ao longo de 2025. "Se Portugal não crescer, o BPI não vai crescer", avisa o CEO.
O BPI teve um lucro de 137 milhões de euros no primeiro trimestre, 13% acima do valor homólogo. O valor é explicado em grande medida pelos dividendos do angolano BFA. Em Portugal o resultado caiu 13% para 98 milhões.
O Banco de Fomento de Angola contribuiu para o resultado com 46 milhões de euros, enquanto o moçambicano BCI teve um resultado negativo de 7 milhões de euros.
Em Portugal, a carteira de crédito aumentou 5% para 1,4 mil milhões de euros. O crédito a particulares aumentou 6%, com o crédito à habitação a subir 8%.Dois terços dos novos contratos foram a taxa mista. A taxa variável, que no passado dominou a paisagem dos empréstimos para comprar casa, representou apenas 15%. Os empréstimos a empresas cresceram 4%.
O malparado (medido no indicador "Non-Performing Exposures", ou NPE) voltou a diminuir para 1,3%.
Os depósitos cresceram 6% para 31,5 mil milhões de euros, enquanto os recursos totais de clientes dispararam 7% para 41,1 mil milhões.
O rácio de transformação, que mede a proporção do volume de depósitos que é transformado em empréstimos, desceu para 99%.
A margem financeira já começou a cair em virtude da redução das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE). Diminuiu 9% face ao valor registado em março de 2024 para 223 milhões de euros.
A queda não surpreendeu o CEO. "A margem vai ter uma redução constante" ao longo do ano, afirmou João Pedro Oliveira e Costa. "Em 2025 ao longo dos trimestres vai ser sempre inferior, sem exceção", prevê o presidente executivo do banco. Que deixou o aviso: "Se Portugal não crescer, o BPI não vai crescer".
As comissões tiveram uma evolução positiva de 2% para 75 milhões de euros.
O produto bancário caiu 8% para 292 milhões de euros, refletindo a conjugação daqueles dois indicadores.
Os custos de estrutura tiveram um aumento ligeiro de 1% para 126 milhões de euros. Os custos com pessoal e os gastos gerais administrativos não tiveram alterações face aos valores apresentados há um ano. As amortizações aumentaram 1 milhão de euros para 126 milhões.
Os rácios de capital continuam acima do exigido: o "Common Equity Tier 1" está nos 13,9%, acima do requisito de 9,44%.
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