pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Grupo segurador Ageas separa áreas de negócio da Ocidental e da Axa

A Ocidental vai manter a oferta através do canal bancário, o BCP, e a Axa - que deverá ter de mudar de nome - seguirá com a mediação e o seguro directo, explicou à Lusa o administrador com o pelouro financeiro da Ageas.

Bloomberg
12 de Janeiro de 2016 às 14:22

A seguradora belga Ageas, que detém a Ocidental e se prepara para concluir a compra da Axa, vai focar os seus negócios de forma diferente. O administrador financeiro da Ocidental, Julian Harvey, afirmou, em declarações à agência Lusa, que as duas seguradoras "têm na sua essência modelos de negócio complementares", sendo que a Ocidental "tem como 'core' o canal de 'bancassurance' [distribuição de seguros pelo canal bancário] e a Axa Portugal os canais de mediação e directo".

A estratégia é diferente para as duas seguradoras mas ainda não se sabe se a denominação ficará igual: a Axa Portugal terá de adoptar um novo nome, já que não deverá poder manter a insígnia porque o grupo francês continua a existir fora do país.

Para a Ageas, a preocupação com a Axa continua a ser a mesma: "será, no imediato, melhorar a rentabilidade da empresa", disse Julian Harvey à Lusa. Em entrevista ao Negócios, em Agosto, o presidente executivo Steven Braekeveldt tinha já sinalizado que o grupo tinha como "grande prioridade" a "viragem da Axa", que vinha apresentando prejuízos.

Compra concluída este ano

 

A Ocidental é a seguradora ligada ao BCP. O banco tem 49% do capital do ramo vida, a maioria está na belga Ageas. Já a área não vida é totalmente detida pelo grupo belga desde 2014. O BCP continua a ser o principal canal distribuidor da empresa. Em Agosto do último ano, a Ageas adquiriu a Axa por 190,8 milhões de euros, ganhando na corrida ao fundo Apollo, mas optando por manter as operações separadas, pelo menos em termos de estratégia. A aquisição estará concluída no primeiro semestre, segundo a Lusa.

Com a compra da Axa, o grupo Ageas espera aumentar a sua quota de mercado no sector segurador não vida para 14,4%, passando a ser o segundo maior grupo logo a seguir à Fidelidade.

Produtos sem alteração

Entretanto, em relação à Ocidental, o responsável com o pelouro financeiro assegura que não haverá necessidade de reforços de capital para cumprir as novas regras de solvência para a área de seguros, o chamado regime de Solvência II.

"Podemos afirmar com segurança que, tendo por base o nosso plano de negócios e perfil de risco, não será necessário nenhum aumento de capital", afirmou o CFO à Lusa.

Com a tendência para que os produtos mais arriscados penalizem mais os rácios das seguradoras, o regime Solvência II não trará, no imediato, alterações dos produtos de seguros. Julian Harvey refere que a seguradora tem vindo a adequá-los às novas exigências, até porque "cada produto requer uma avaliação muito fina do seu impacto em termos de absorção de capital, bem como do seu retorno". 

(Notícia corrigida às 18h50 com percentagens de capital das seguradoras do grupo Ocidental)

Ver comentários
Publicidade
C•Studio