Lucro da Caixa aumenta 18,7% para 583 milhões de euros
Banco público melhorou em 2021 o resultado positivo de 492 milhões registado em 2020.
A Caixa Geral de Depósitos registou um lucro de 583 milhões de euros em 2021. O resultado representa uma melhoria de 18,7% face aos 492 milhões de euros alcançados em 2020. O resultado líquido corrente foi de 521 milhões de euros (um crescimento face aos 450 milhões alcançados em 2020).
A margem financeira caiu 4,3% para pouco mais de mil milhões de euros. A receita com serviços e comissões cresceu 12,9% para 564,7 milhões de euros.
O rácio de crédito malparado líquido de imparidades foi próximo de 0% (0,1% há um ano), embora aquele que conta para a Autoridade Bancária Europeia tenha atingido 2,8% (3,9% em dezembro de 2020).
O rácio de cobertura do malparado, designado frequentemente na sigla inglesa NPL ('Non-Performing Loans'), foi de 110,5%.
A atividade internacional representou 34,4 milhões de euros no resultado global. Os ganhos não recorrentes foram de 21,1 milhões de euros.
O volume de negócios cresceu 6,8% para 8.371 milhões de euros, e o 'Return on Equity' foi de 7%.
Num contexto de taxas de juro negativas, o excesso de liquidez da Caixa representou um custo para o banco de 72 milhões de euros.
Os custos com pessoal desceram 15,4%, num ano em que o número de trabalhadores da atividade financeira doméstica do grupo reduziu-se em 200 pessoas, para um total de 6.383 funcionários.
No capítulo dos custos regulamentares, a instituição liderada por Paulo Macedo suportou gastos de mais de 60 milhões de euros, uncluindo 21 milhões de euros de contribuições para o Fundo de Resolução.
Na semana passada o presidente executivo da Caixa revelou ao Negócios a intenção de, até 2023, entregar um total de 400 milhões de euros de dividendos ao Estado. A CGD regressou ao pagamento de dividendos ao acionista em 2019, com a entrega de 200 milhões de euros. Em 2021 pagou 383,6 milhões (83,6 com base nos resultados de 2020, e 300 milhões em dividendos extraordinários), num total de 583,6 milhões de euros já entregue aos cofres públicos.
Poucos dias antes, a instituição financeira obteve autorização do Banco Central Europeu (BCE) para reembolsar 500 milhões de euros de dívida privada perpétua emitida em 2017. A operação vai permitir ao banco público uma poupança de quase 54 milhões de euros por ano em juros.
A recapitalização da Caixa iniciada em 2017 – e à qual foi associada uma restruturação que implicou saídas de trabalhadores, encerramentos de agências e abandono de negócios não essenciais à atividade bancária - implicou uma injeção de 4,9 mil milhões de euros on banco. O Estado garantiu 3,9 mil milhões de euros, enquanto os privados assumiram os restantes mil milhões.
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