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Passos Coelho diz que Governo se envolveu numa "trapalhada muito grande" com a CGD

O presidente do PSD acusou hoje o Governo de se ter envolvido numa "trapalhada muito grande" no processo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), considerando existir obstrução para que se apure a verdade neste caso.

Passos Coelho
Passos Coelho
14 de Fevereiro de 2017 às 15:17

"O Governo quis fazer uma retórica que não corresponde à verdade dos factos, nem sobre o que se passa na Caixa nem sobre as necessidades que poderiam determinar a sua recapitalização, e envolveu-se numa trapalhada muito grande", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas em Torres Vedras.

O social-democrata pediu transparência neste processo, ao defender que "tem havido relutância, para não dizer alguma obstrução, para que se apure a verdade".

"A maioria tem-se oposto a que a verdade seja conhecida dos portugueses por via da Comissão Parlamentar de Inquérito", sustentou.

Pedro Passos Coelho disse esperar que, após a conferência de imprensa do ministro das Finanças e de o primeiro-ministro ter reiterado a confiança em Mário Centeno, o país "não fique dispensado de perceber o que se passou". Por isso, o PSD vai pedir esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito.

É indispensável perceber "porque é que estamos há um ano sem a Caixa ter uma administração que possa gerir com sentido estratégico o banco, porque é que o nível de recapitalização com mais cinco mil milhões de euros é necessário, quais foram os prejuízos que determinaram essas necessidades de recapitalização, quando é que essas decisões foram tomadas, em que termos foram tomadas e em que medida os prejuízos afectam o défice público", defendeu.

Para o líder da oposição, as declarações do ministro das Finanças e do primeiro-ministro "não foram convincentes". "Era mais fácil dizer que o Governo esteve empenhado em criar um regime à medida das exigências que os administradores colocaram ao Governo, que aprovou um decreto-lei à medida, o que significa que o ministro aceitou negociar condições que não são negociáveis e aceitou colocar o Estado numa condição de menoridade", argumentou.

O líder dos sociais-democratas não quis ainda comentar a nota emitida ontem pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa ouviu António Costa que lhe adiantou manter a confiança no ministro das Finanças. Nesse sentido, o Presidente da República decidido aceitar essa posição "atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira".

Além de ter ouvido António Costa, "o Presidente da República recebeu, a pedido do senhor primeiro-ministro, o senhor ministro das Finanças, que lhe deu conhecimento prévio da comunicação que iria fazer ao país".

Passos Coelho, que falava à margem de uma visita às empresas de produção de máquinas agrícolas Joper e Tomix, em Torres Vedras, apontou ainda que Mário Centeno está numa situação de "enorme fragilidade".

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