Recompra de ações do BCP começa na segunda-feira. Vale 200 milhões
Comissão executiva aprovou formalmente a medida que já tinha anunciado e que mereceu luz verde dos supervisores. Programa de recompra dura seis meses
Começa na próxima segunda-feira o programa de recompra de ações do BCP. O calendário da operação, que terminará seis meses depois, foi anunciado pelo banco em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) nesta terça-feira.
"O Banco Comercial Português informa ter sido hoje aprovado um programa de recompra de ações próprias no montante global de duzentos milhões de euros, equivalente a aproximadamente 2,683% da capitalização bolsista do BCP", escreve a instituição financeira, num dia em que cada título fechou na bolsa de Lisboa a valer 49,32 cêntimos, mais 3,64% do que na sessão anterior.
O intermediário financeiro encarregue da execução do programa é o JP Morgan. O banco já tinha autorização do Banco Central Europeu para a recompra, tendo apenas ficado a faltar a aprovação formal que foi agora comunicada ao mercado.
O programa de recompra de ações já tinha sido anunciado pelo Millennium quando apresentou o lucro histórico de 906 milhões de euros em 2024.
O "share buyback" junta-se à distribuição de dividendo relativa ao ano passado, que deverá ser de 50% do resultado, afirmou o CEO da instituição quando apresentou os números do ano passado. A operação agora formalizada eleva o valor a entregar aos acionistas para 72% do lucro. É uma subida significativa face aos 30% relativos a 2023.
Acionistas podem receber mil milhões por ano
Aquele "payout" é, aliás, muito próximo à meta que o banco traçou no plano estratégico 2025-2028. O BCP quer devolver 75% do lucro aos acionistas até 2028, sujeitando a materialização desse objetivo à concretização de outro: atingir um resultado líquido acumulado de 4 a 4,5 mil milhões de euros no período 2025-2028 – numa média anual superior a mil milhões – e devolvendo três quartos desse valor em dividendos.
"É tempo de retribuir", disse o CEO na apresentação do documento. Miguel Maya entende que "a melhor proteção do banco é ter acionistas satisfeitos, quer os grandes quer os pequenos", mas realça que a intenção será balizada pela lógica de "manter o banco muito robusto".
O Millennium aponta também para, no fim do período, atingir um volume de negócios de 190 mil milhões de euros, dos quais 120 mil milhões em Portugal, onde quer alcançar 3 milhões de clientes, num total de 8 milhões em todas as geografias.
A meta para a rentabilidade, no entanto, é inferior à atual: o plano inscreve um valor mínimo de 13,5%, abaixo dos 14,9% atuais.
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