Polónia aplica nova multa de 13,2 milhões à Jerónimo Martins
A Jerónimo Martins foi multada em 60 milhões de zlotys (13,2 milhões de euros) na Polónia, onde conta com a rede de supermercados Biedronka, por alegadamente "induzir os consumidores em erro quanto ao país de origem dos legumes e frutas, o que pode ter distorcido as suas decisões de compra".
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Segundo a acusação, divulgada esta segunda-feira, 26 de abril, o grupo de origem portuguesa não cumpriu a "obrigação básica" de fornecer "informação confiável sobre os produtos oferecidos" e "os consumidores que pretendiam comprar batatas, tomates ou maçãs polacos eram frequentemente induzidos em erro" nas lojas da Biedronka.
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A Autoridade da Concorrência e Defesa do Consumidor (UOKiK) descreve ainda que a investigação revelou que, em muitos casos, as informações nos rótulos eram diferentes das que constavam na embalagem coletiva ou nos documentos de entrega e assinala que "essas violações foram sistemáticas e duradouras".
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Prezes UOKiK Tomasz Chróstny nalozyl ponad 60 mln zl kary na spólke Jeronimo Martins Polska. Wlasciciel sieci #Biedronka wprowadzal konsumentów w blad co do kraju pochodzenia warzyw i owoców, co moglo znieksztalcic ich decyzje zakupowe. Czytaj wiecej: https://t.co/WXemVHjkiF pic.twitter.com/aD5RL6lvCK
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O regulador polaco da concorrência iniciou esta investigação em maio de 2020 e analisou um total de 263 estabelecimentos da marca espalhadas pelo país. Em 28% verificou que havia frutas e legumes rotulados de forma incorreta com o país de origem, sendo que esse tipo de irregularidades atingiu mais de 20% dos lotes inspecionados.
Em reação, a Jerónimo Martins queixa-se de discriminação na Polónia e diz que vai recorrer da decisão. O grupo português diz ter "sérias reservas quanto à imparcialidade" da autoridade da concorrência polaca, que acusa também de ser "tendenciosa" nesta recolha de provas.
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"Os consumidores estão cada vez mais atentos ao país de origem dos produtos. Muitas pessoas são movidas pelo patriotismo económico nas suas escolhas porque querem apoiar os produtores polacos. Para outros, o transporte de alimentos é importante, o que pode afetar a quantidade de pesticidas usados ou a pegada de carbono que é prejudicial ao meio ambiente durante o transporte", sublinha Tomasz Chróstny, presidente da UOKiK.
Citado numa nota de imprensa, Tomasz Chróstny acrescenta ainda que "informações verdadeiras e confiáveis sobre o país de origem dos vegetais e frutas são essenciais para tomar uma decisão de compra informada" e critica que "nas lojas Biedronka, os consumidores foram frequentemente expostos a falsas declarações nesta matéria, o que é uma prática desleal de mercado".
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A rede de supermercados Biedronka fechou o ano passado com uma subida de 6,7% das vendas, para 13,4 mil milhões de euros. Por outro lado, as vendas da cadeia de lojas de saúde e beleza Hebe recuaram 5,4% em 2020, para 245 milhões de euros.
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Em menos de um ano, esta é já a terceira multa aplicada pelo regulador da concorrência polaco à Jerónimo Martins Polska. Em agosto avançou com outra multa de 26 milhões de euros por praticar preços diferentes dos expostos nas prateleiras e em dezembro foi multada em 163 milhões por impor descontos de forma arbitrária aos fornecedores. O grupo português recorreu de ambas as decisões.
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