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Jerónimo Martins queixa-se de discriminação na Polónia

Após nova multa milionária, por causa da origem das frutas e legumes, o grupo português diz ter “sérias reservas quanto à imparcialidade” da autoridade da concorrência polaca, que acusa de “tendenciosa” na recolha de provas.

Pedro Soares dos Santos, jerónimo martins
Pedro Soares dos Santos, jerónimo martins
26 de Abril de 2021 às 11:49

A Jerónimo Martins discorda "veementemente" da decisão da Autoridade da Concorrência e Defesa do Consumidor (UOKiK) da Polónia, que multou a retalhista em 13,2 milhões de euros, dizendo mesmo que "os alegados indícios foram recolhidos de forma tendenciosa" e que "a qualidade e integridade do processo levantam sérias reservas quanto à sua imparcialidade".

Fonte oficial do grupo de retalho português refere ao Negócios que a subsidiária que detém a cadeia de supermercados Biedronka vai recorrer desta decisão, que acredita ser "desproporcional e discriminatória, dado o número muito reduzido de alegados erros encontrados na rotulagem de fruta e vegetais quanto à sua origem".

"O número de irregularidades na informação aos clientes da Biedronka no que diz respeito ao país de origem da fruta e vegetais foi sempre, até de acordo com o próprio UOKiK, um dos mais baixos do mercado polaco. Este facto reforça o carácter discriminatório da decisão, uma vez que a Biedronka é a única empresa no mercado polaco visada com uma ação judicial nesta matéria", acrescenta.

Apesar de a Biedronka ter mantido sempre uma atitude colaborativa em todo o processo de investigação, o UOKiK quebrou de forma repentina e inesperada o diálogo. Fonte oficial do grupo Jerónimo Martins

Segundo a acusação, divulgada esta segunda-feira, 26 de abril, a empresa não cumpriu a "obrigação básica" de fornecer "informação confiável sobre os produtos oferecidos" e "os consumidores que pretendiam comprar batatas, tomates ou maçãs polacos eram frequentemente induzidos em erro" nas lojas da Biedronka. O UOKiK assinalou ainda que "essas violações foram sistemáticas e duradouras".

A mesma fonte oficial da JM refere que "apesar de a Biedronka ter mantido sempre uma atitude colaborativa em todo o processo de investigação, o UOKiK quebrou de forma repentina e inesperada o diálogo", pelo que "a companhia irá recorrer da decisão junto dos tribunais e tomar todas as demais medidas judiciais adequadas à defesa dos seus direitos". 

Em menos de um ano, esta é já a terceira multa aplicada pelo regulador da concorrência polaco à Jerónimo Martins Polska. Em agosto avançou com outra multa de 26 milhões de euros por praticar preços diferentes dos expostos nas prateleiras e em dezembro foi multada em 163 milhões por impor descontos de forma arbitrária aos fornecedores. O grupo português recorreu também destas decisões.

A rede de supermercados Biedronka fechou o ano passado com uma subida de 6,7% das vendas, para 13,4 mil milhões de euros. Por outro lado, as vendas da cadeia de lojas de saúde e beleza Hebe recuaram 5,4% em 2020, para 245 milhões de euros.

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