Trump ordena estudo sobre "abusos comerciais" a dias do encontro com o presidente da China
O presidente dos Estados Unidos vai assinar duas ordens executivas esta sexta-feira, com o objectivo de identificar a origem dos défices comerciais e de reforçar a aplicação de sanções.
Donald Trump vai assinar esta sexta-feira, 31 de Março, uma ordem para a realização de um estudo abrangente com o objectivo de identificar todas as formas de "abuso comercial" que contribuem para os défices dos Estados Unidos com países estrangeiros.
A informação foi avançada pelo secretário do Comércio Wilbur Ross, que adiantou que o presidente dos Estados Unidos também vai tomar medidas para reforçar a aplicação de sanções comerciais.
As duas ordens executivas serão assinadas apenas um dia depois de ter sido confirmada a data para o encontro entre Donald Trump e o presidente Xi Jinping, líder do país que Trump tem acusado de ser o principal responsável pelos défices comerciais e perdas de emprego nos Estados Unidos. A reunião entre os dois responsáveis terá lugar nos próximos dias 6 e 7 de Abril em Mar-a-Lago, a residência do presidente norte-americano na Flórida.
O estudo sobre o comércio, que deverá estar concluído em três meses, examinará os défices "país por país e produto por produto" para avaliar em que medida são provocados por "comportamentos inadequados", bem como as "restrições" impostas pela Organização Mundial do Comércio, segundo explicou Wilbur Ross.
A segunda ordem executiva prevê o reforço da imposição de sanções e penalizações anti-dumping, que visam os exportadores que vendem os seus produtos a um preço inferior ao que é considerado o valor justo no mercado de destino.
As medidas que serão anunciadas esta sexta-feira estão em linha com uma das peças centrais da campanha presidencial de Trump, cuja primeira grande decisão foi retirar o país da Parceria TransPacífico, o acordo comercial negociado por Barack Obama que juntava os Estados Unidos a outros 11 países.
Numa conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, na Casa Branca, Peter Navarro garantiu que as ordens do presidente nada têm a ver com a China, nem devem ser consideradas um aviso àquele país.
"Nada do que estamos a dizer esta noite tem a ver com a China", afirmou o director do Conselho Nacional de Comércio. "Não façamos disto uma história sobre a China. Esta é uma história sobre abusos comerciais".
Quinze minutos antes, Trump publicava no Twitter que "a reunião da próxima semana com a China será muito difícil. Não podemos continuar a ter grandes défices comerciais e perdas de empregos".
The meeting next week with China will be a very difficult one in that we can no longer have massive trade deficits...
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