Lucros da Mota-Engil África crescem 62% no primeiro semestre

O crescimento do resultado líquido deve-se ao aumento das receitas em países como Moçambique, Zimbabwe, Malawi e Zâmbia. Angola foi responsável por 41% das receitas no primeiro semestre.
Gonçalo Moura Martins mota-engil
André Cabrita-Mendes 06 de Outubro de 2014 às 09:47

Os lucros da operação africana do grupo Mota-Engil cresceram 62% no primeiro semestre deste ano face a período homólogo.

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No total, os lucros cresceram para os 54,3 milhões de euros face aos 33,6 milhões registados na primeira metade do ano passado, segundo o relatório semestral da empresa divulgado esta segunda-feira, 6 de Outubro, junto da CMVM.

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As receitas da empresa cresceram para os 557 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, face aos 433 milhões registados em período homólogo.

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Este crescimento de 29% deve-se ao crescimento do segmento "South African Development Community" (SADC), ou seja, os países localizados na região Sul de África, com destaque para o projecto ferroviário de Nacala no Malawi.

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"Este resultado deveu-se principalmente à boa perfomance do segmento SADC que atingiu uma margem ajustada de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) de 28,8% devido ao corredor ferroviário de Nacala no Malawi", pode-se ler no documento.

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Detaque também para o crescimento da margem de EBITDA em Moçambique "devido à excelente performance de projectos ferroviários, rodoviários e de construção civil".

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Angola foi responsável por 41% do total de receitas no primeiro semestre, num total de 226 milhões de euros. No ano passado, o mercado angolano era o maior para a Mota-Engil África (55%), tendo sido ultrapassado pelo mercado dos países do SADC, que são agora responsáveis por 58% das receitas da empresa.

 

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As encomendas neste mercado chegam aos 525 milhões de euros, o que dá uma "excelente perspectiva de crescimento em Angola", pode-se ler no relatório.

 

No segmento SADC - que inclui as actividades em Moçambique, Malawi, Zimbabwe, África do Sul e Zâmbia - as receitas chegaram aos 322 milhões de euros, mais 72% face a 2013.

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Além do corredor ferroviário no Malawi, que deverá estar terminado até ao final deste ano, destaque também para vários projectos em Moçambique como ferrovias, rodovias, entre outros.

 

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O valor das encomendas neste mercado chegava aos 821 milhões de euros no final do primeiro semestre, com "excelentes perspectivas de crescimento", devido também a projectos na Zâmbia e no Zimbabwe.

 

A empresa conta com 1,5 mil milhões de euros em encomendas, sendo nos países do segmento SADC que se encontra a maioria (55%), seguindo-se Angola (35%).

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Relativamente a outras regiões de África, a empresa ganhou recentemente um contrato de 2,6 mil milhões para várias obras nos Camarões e República do Congo. Na África Oriental, a Mota-Engil ganhou recentemente um projecto de 67 milhões de euros no Uganda.

 

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Em termos de dívida, a empresa registava um total de 157 milhões de euros no final do semestre, ligeiramente acima do registado no final de 2013.

 

Entrada em bolsa vai ter de esperar

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A Mota-Engil África tinha planeado começar a negociar na bolsa de Londres em Julho, mas adiou a operação então devido à "deterioração das condições de mercado", isto é, devido aos receios em torno do Grupo Espírito Santo (GES).

 

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Mais recentemente, Gonçalo Moura Martins garantiu que a intenção de avançar para bolsa "mantêm-se" e "assim que haja condições para fazer o IPO vamos fazê-lo", disse no final de Agosto. O objectivo passa por concretizar a operação até final do ano.

 

"Um IPO é como uma remodelação ministerial: nunca se anuncia, faz-se", disse o CEO da Mota-Engil durante a apresentação de resultados semestrais da empresa.

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Na altura, o responsável apontou que o "mercado ainda está muito volátil" e que a empresa está a monitorizar o mercado e a "aguardar que haja condições".

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