Falta de mão-de-obra afeta maioria das construtoras
86% das empresas de obras privadas e 75% das de obras públicas apontam a escassez de trabalhadores qualificados como o principal constrangimento, revela inquérito da AICCOPN, que sublinha que o problema compromete a capacidade de resposta.
No primeiro trimestre deste ano, 63% das empresas de construção civil reportaram uma estabilização da atividade global, revela o inquérito da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) à situação no setor, divulgado esta quarta-feira. Um valor que, salienta, "traduz um ligeiro aumento face aos 60% registados no último trimestre de 2024".
O inquérito mostra ainda que cerca de 30% das empresas manifestaram uma perspetiva mais positiva, assinalando um crescimento da atividade, uma proporção muito próxima dos 29% verificados no trimestre anterior.
No entanto, segundo a associação, "apesar deste enquadramento, o setor continua a enfrentar obstáculos estruturais relevantes". Desde logo, a escassez de mão-de-obra especializada permanece como o principal constrangimento, apontado por 86% das empresas do segmento das obras privadas e por 75% das de obras públicas.
"Trata-se de um problema persistente e transversal a todo o setor, comprometendo a capacidade de resposta das empresas e dificultando o decurso da sua normal atividade", sublinha a AICCOPN.
Também o preço das matérias-primas constitui outro fator de pressão, sendo identificado como um entrave por 39% das empresas do segmento das obras privadas.
Já os preços anormalmente baixos continuam igualmente a afetar o setor, sendo referidos por 32% das empresas que operam em obras públicas.
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