Obra “invisível aos olhos dos lisboetas” chega a Santa Apolónia
Depois de quase cinco quilómetros de escavação pelo subsolo de Lisboa, o primeiro túnel do plano de drenagem de Lisboa está concluído.
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Cerca de um ano e meio depois de ter começado a escavação do primeiro túnel do plano geral de drenagem de Lisboa em Campolide, a tuneladora H2OLisboa (ou Oli) chegou agora a Santa Apolónia.
Com quase cinco quilómetros de extensão, a construção do túnel avançou a um ritmo de 10 metros por dia, a uma média de 63 metros de profundidade, passando por baixo da Avenida de Liberdade, Hospital de Santa Marta e Almirante Reis, antes de chegar à zona ribeirinha, salientou o presidente da Câmara de Lisboa, que esta terça-feira quis assinalar este marco de um projeto que tem o objetivo de proteger a cidade de cheias e inundações. A tuneladora será agora transportada para levar a cabo a escavação de um segundo túnel, entre Chelas e Beato, que terá cerca de um quilómetro de extensão.
No local, onde assistiu aos últimos trabalhos de perfuração em Santa Apolónia, Carlos Moedas confessou a sua emoção “como presidente da Câmara, mas também como engenheiro hidráulico” pelo “dia histórico para Lisboa”.
Acompanhado pela comissária europeia Jessica Roswall, responsável pelas áreas do Ambiente, Resiliência Hídrica e Economia Circular Competitiva, e pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, o autarca salientou que o projeto irá proteger a cidade das cheias mas também poupar muita água, já que inclui um reservatório de 17 mil metros cúbicos (m3) que será usado para a limpeza urbana e a rega de jardins. É que, disse, “2,8 milhões de m3 de água são gastos hoje em Lisboa na lavagem de ruas e rega de jardins”.
Carlos Moedas realçou ainda o investimento de 250 milhões de euros no plano de drenagem, que apelidou de “obra invisível aos olhos dos lisboetas”, que está a cargo do consórcio da Mota-Engil e Spie Batignolles. Os trabalhos chegaram a estar previstos terminar no início de 2025, estimando-se agora a sua entrada em funcionamento para o final do próximo ano.
No entanto, de acordo com o jornal Público, a estação de metro de Santa Apolónia vai ter de ser encerrada, a partir de setembro ou outubro e durante sete a oito meses, para a realização de obras de reforço do interior do túnel do metro devido à fragilidade dos terrenos.
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