Garcia Pereira: Diferendo sobre justa causa no Sporting pode levar dois anos na justiça
Questionado pela Lusa sobre o tipo de ações que podem seguir-se se o Sporting decidir contestar a alegação de justa causa por parte de Rui Patrício, Daniel Podence, Gelson Martins, William Carvalho e Bruno Fernandes, Garcia Pereira considerou que a decisão leva a uma "acção judicial" que possa confirmar essas alegações.
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Se o Tribunal de Trabalho, onde o caso deverá ser julgado, decidir dar razão aos atletas, o clube deve "indemnizar a contraparte pelo valor das retribuições que seriam devidas ao praticante até ao termo normal do contrato", nas bases do 24.º artigo do Regime Jurídico do Contrato de Trabalho Desportivo.
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Ainda assim, a parte que reclama a indemnização pode comprovar "que sofreu danos de montante mais elevado", levando a uma verba ainda maior.
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Por outro lado, se o Tribunal der razão ao Sporting, é o jogador que fica "obrigado a pagar a verba devida" até final do contrato, ainda que, no caso de estar a representar outro emblema, essa nova "entidade empregadora desportiva seja chamada a responder solidariamente pelo jogador".
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Ainda assim, Garcia Pereira reforça que entende existir "de facto um incumprimento contratual grave, culposo e, em alguns casos, doloso, das garantias dos praticantes desportivos", o que torna "praticamente impossível" uma decisão em favor dos 'leões'.
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Os jogadores não ficam impedidos da prática desportiva no caso de um imbróglio judicial, porque "a resolução do contrato é sempre eficaz", na medida em que extingue o vínculo entre as duas partes.
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Por outro lado, Garcia Pereira diz estar "convicto de que não será um caso muito prolongado, porque uma acção destas, em primeira instância, poderá durar cerca de um ano".
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Em caso de segunda instância, após recurso de uma das partes, o processo pode estender-se até aos dois anos, alertou, e só haverá lugar a um apelo para terceira instância, o Supremo Tribunal de Justiça, se as duas primeiras decisões não forem no mesmo sentido, devido à cláusula da dupla conforma.
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O Sporting confirmou hoje as rescisões de contrato dos futebolistas portugueses Gelson Martins, William Carvalho e Bruno Fernandes, que invocaram justa causa, na sequência das agressões a jogadores na Academia de Alcochete, juntando-se a Rui Patrício e Daniel Podence, que já tinham entregado as cartas de rescisão.
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Combinados, os jogadores atingem um valor de mercado de 95,5 milhões de euros (ME), segundo dados do 'site' especializado Transfermarkt, com Gelson a valer 30 ME, William 25, Bruno Fernandes 20, Rui Patrício 16 e Daniel Podence 4,5.
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Estas rescisões surgem na sequência, entre outros casos, das agressões sofridas por vários elementos do plantel e da equipa técnica em 15 de maio, na Academia do Sporting, em Alcochete, e levadas a cabo por cerca de 40 pessoas encapuzadas. Destes atacantes foram detidos 27, que ficaram em prisão preventiva.
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De acordo com o código do trabalho, a declaração de resolução do contrato por justa causa deve acontecer nos 30 dias subsequentes aos factos que a justificam, pelo que até quinta-feira, 14 de Junho, outros jogadores do plantel profissional do Sporting poderão rescindir.
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