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Lucros da EDP aumentam 15,5% com corte de mil postos de trabalho em Portugal

A Energias de Portugal registou resultados líquidos de 440,2 milhões de euros em 2004, um valor que representa um crescimento de 15,5% face ao obtido em 2003 e ficou em linha com as estimativas dos analistas.

01 de Março de 2005 às 18:53

Num comunicado a empresa explica que o aumento do EBITDA se ficou a dever ao sucesso do seu programa de reestruturação de recursos humanos, que resultou no corte de 1.137 postos de trabalho no decorrer do ano passado em Portugal, Espanha e Brasil, na sua actividade «core business».

Este plano previa o corte de 1.350 empregos até 2006, mas a empresa diz que foi já quase alcançado em 2004. Em Portugal a empresa terminou 2004 com 7.341 empregados, menos 11,9%, ou 994, do que no fim de 2003. A grande parte deste corte ocorreu na EDP Distribuição, que passou de 6.334 +ara 5.532 trabalhadores.

Na Hidrocantábrico o corte foi de 0,2% e no Brasil de 3,7%. Só no negócio de electricidade em Portugal a empresa conseguiu descer os custos com pessoal em 8%.

A empresa explica que a beneficiar o seu EBITDA esteve ainda a exposição a mercados de electricidade de elevado crescimento, os 800 MW adicionais de capacidade instalada em centrais termoeléctricas e os 214 MW na energia eólica.

O aumento das tarifas e a contribuição da Naturcorp, empresa de gás adquirida pela espanhola Hidrocantábrico, também explicam o aumento do lucro operacional da empresa.

A justificar a descida dos resultados financeiros esteve o decréscimo anual de 8,4% nos juros financeiros, devido à descida do nível médio da dívida. Contudo, a dívida líquida da EDP em 2004 aumentou para 8,32 mil milhões de euros, acima dos 7,2 mil milhões de euros no final de 2003, devido à consolidação a 100% da Hidrocantábrico.

O investimento operacional efectuado pela EDP em 2004 aumentou 30,7% para 1,05 mil milhões de euros.

A eléctrica explica o agravamento dos prejuízos extraordinários com a reversão de um crédito fiscal contabilizado em 2002, no valor de 40 milhões de euros, devido à venda da ONI Way. «O uso deste crédito fiscal pela Vodafone está em revisão pelas autoridades e assim que a Vodafone beneficie do mesmo o ganho será contabilizado pela EDP», explica a empresa.

O «impairment» de 35 milhões de euros registado com a venda de 60% da Edinfor à Lógica CMG e os custos de 25,1 milhões de euros com a antecipação da idade de pré-reforma, também penalizaram os extraordinários.

Brasil e Produção ajudam lucros

Nos resultados líquidos a EDP diz que o negócio de geração e o Brasil foram os que deram o maior contributo positivo.

Na EDP Produção os lucros subiram de 328,5 para 369,4 milhões de euros, enquanto a EDP Brasil passou de prejuízos de 16,8 milhões de euros para lucros de 48,1 milhões de euros. O negócio do Brasil já é o terceiro que contribui com mais lucros para a EDP, depois da EDP Produção e EDP Distribuição (142 milhões de euros).

Ao nível do EBITDA o Brasil também é o terceiro maior contribuidor, tendo este indicador crescido 49,1% para os 278,3 milhões de euros.

Na EDP Produção o EBITDA cresceu 7,7% e a «procura de electricidade foi, mais uma vez, bastante elevada», tendo aumentado 6,0% em 2004. Neste ano, a produção total da EDP totalizou 25.374 GWh, inferior em 11% devido a uma menor pluviosidade.

A procura de energia registou um crescimento anual de 6,1%, «consequência de um verão particularmente quente, de um Inverno rigoroso e da opção por parte dos cogeradores de venda ao sistema vinculado da totalidade da energia produzida», refere a empresa.

As acções da EDP fecharam inalteradas nos 2,21 euros.

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