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AdC pune três cadeias de supermercado e fornecedor comum em 19,5 milhões por concertarem preços

Auchan, Modelo Continente e Pingo Doce são suspeitas de, a par com o fornecedor comum de produtos de higiene e cosmética, Beiersdorf, terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor.

AdC Concorrencia Margarida Matos Rosa
AdC Concorrencia Margarida Matos Rosa João Miguel Rodrigues
20 de Junho de 2022 às 18:11

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma coima de 19,5 milhões de euros à Auchan, Modelo Continente (grupo Sonae) e Pingo Doce (grupo Jerónimo Martins) que acusa, a par da Beiersdorf e um responsável daquele fornecedor comum, de terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor dos produtos de higiene pessoal e cosmética.

Em comunicado, divulgado esta segunda-feira, a AdC indica que a prática terá durado sete anos - entre 2011 e 2017 – e versado sobre diferentes produtos daquela marca, tais como desodorizantes, protetores solares e labiais a cremes de rosto.

"A investigação conduzida pela AdC permitiu constatar que as empresas de distribuição participantes asseguraram o alinhamento dos preços de retalho nos seus supermercados mediante contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicarem diretamente entre si", diz a entidade liderada por Margarida Matos Rosa.

"Trata-se de conspiração equivalente a um cartel, conhecido na terminologia do direito da concorrência como 'hub-and-spoke'", reforça a AdC, apontando que tal prática "elimina a concorrência, privando os consumidores da opção de melhores preços, mas assegurando melhores níveis de rentabilidade para toda a cadeia de distribuição, incluindo fornecedor e cadeias de supermercados".

A infração resultou na aplicação de uma coima no valor global de 19,46 milhões de euros. O Modelo Continente foi o que teve a sanção mais pesada (7,5 milhões), seguido do Pingo Doce (4,8 milhões) e da Beiersdorf Portuguesa (4,4 milhões). Seguem-se, por ordem de grandeza, a Auchan Retail Portugal (2,6 milhões) e o responsável individual (9,2 mil euros).

As decisões sancionatórias da AdC podem ser objeto de recurso, embora este não suspenda a execução das coimas.

Desde as diligências de busca e apreensão desencadeadas em 2017 na grande distribuição, a AdC já sancionou seis cadeias de supermercados e oito fornecedores pela prática anticoncorrencial de 'hub-and-spoke'.

As decisões condenatórias emitidas entre 2020 e 2022 resultaram num montante total de coimas que ascende a mais de 664 milhões de euros.

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