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Banca fechou 152 balcões e emprega menos pessoas do que em 2008

A banca portuguesa eliminou 1.102 postos de trabalho e fechou 152 balcões para reduzir custos num ano em que registou prejuízos antes de impostos de quase 2 mil milhões de euros e cortou o crédito a clientes em mais de 8 mil milhões de euros.

04 de Setembro de 2012 às 13:24

No final do ano passado os 33 bancos analisados pela APB contavam com 6.080 balcões em Portugal, uma quebra de 2,4%, ou 152 unidades, face ao registado em 2010.

Os encerramentos efectuados no ano passado quase anularam as aberturas efectuadas em 2009 e 2010. No final do ano passado o número de balcões era quase idêntico ao verificado em 2008 (6.062), ano marcado pelo início da crise financeira.

“A necessidade de redução de custos inerentes ao funcionamento das agências bancárias aliada a uma sobreposição das mesmas em termos geográficos, e a restruturação da rede de balcões resultante de processos de fusão ocorridos entre instituições financeiras associadas foram as principais causas que justificaram esta evolução”, explica a APB no relatório publicado no seu site.

A APB nota ainda assim que Portugal tem agora uma média de 1.750 habitantes por balcão, pelo que as instituições financeiras portuguesas “encontravam-se bem posicionadas face aos seus pares da área do euro, uma vez que registaram um dos valores mais baixos do indicador número de habitantes por balcão”.

O relatório da APB mostra que foram sobretudo os bancos de maior dimensão a fechar balcões já que “apenas 25%” das instituições de pequena dimensão seguiu este comportamento.

O fechou e balcões originou também uma redução da rede de ATMs. O número de multibancos sofreu uma quebra de 1,8% para 17.676 equipamentos de 2011

Corte de 2,2% no número de empregados

A redução foi também a palavra de ordem no que diz respeito ao número de postos de trabalho, que desceu em 2,2% para 57.130.

O corte de 1.102 empregos em 2011 levou a que hoje a banca empregue quase cerca de mil pessoas face ao nível registado em 2008, quando o número de funcionários era de 58.194.

A queda não é maior devido à expansão internacional dos bancos portugueses. O número de funcionários afectos à actividade doméstica cifrou-se em 54.911 no final de 2011, uma queda de 2,6% num ano e que compara com os 56.460 registados em 2008.

“O ano de 2011 foi marcado por um contexto económico e financeiro excepcionalmente difícil, que se fez sentir de forma muito particular no sector bancário, especialmente em Portugal”, pelo que “foi imperativa a aplicação de políticas de redução de custos cujos resultados tiveram um impacto no quadro de pessoal das instituições financeiras associadas”.

A APB nota que “a variação negativa do número de colaboradores afectos à actividade doméstica observada em 2011 resultou da substituição de pouco menos de 50% dos 2.742 colaboradores que saíram, política que foi motivada pela contracção da actividade no ano”. As saídas por despedimento representaram apenas 3,2% do total.

Provisões penalizam resultados e crédito cai

O ano de 2011 fica marcado pelos elevados prejuízos registados pela banca portuguesa, que se ficaram a dever sobretudo às provisões relacionadas com a perda de valor da dívida soberana do euro e com o aumento do crédito malparado.

Os custos operativos, provisões e imparidades representaram em conjunto 121,7% do produto bancário em 2011, o que se traduziu num resultado antes de impostos agregado de 1,93 mil milhões de euros e numa rendibilidade antes de impostos dos capitais próprios (ROE) de -7,53%.

“Esta deterioração acentuada ao nível da rendibilidade prende-se, por um lado, com a situação económica recessiva verificada em Portugal, em 2011, e por outro lado, com o impacto negativo de quatro factores extraordinários, três dos quais de carácter não recorrente: a transferência parcial dos fundos de pensões dos bancos para o Estado (408 milhões de euros), o reconhecimento de imparidades de crédito adicionais resultantes do SIP (520 milhões de euros), a aplicação de um haircut sobre a dívida soberana da Grécia (874 milhões de euros), e a Contribuição sobre o Sector Bancário (73 milhões de euros)”, refere a APB.

Contudo, mesmo sem ter em conta estes factores extraordinários, a banca portuguesa terminou 2011 com um resultado antes de impostos negativo de 63 milhões de euros.

As provisões e imparidades para fazer face ao aumento do malparado superou os 10 mil milhões de euros em 2011, o que representa um crescimento de 31% face ao verificado em 2010.

No ano passado a banca portuguesa cortou o crédito a clientes em 8 mil milhões de euros, ou 2,8%, o que conjugado com o aumento de 7,4% verificado nos recursos de clientes, resultou numa evolução positiva do rácio de transformação. Este baixou para 139% em 2011, face ao valor de 152,2% em 2010.

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