BPN: Das insuficientes provisões às operações clandestinas
"Os problemas do BPN agravaram-se desde o Verão, mas vêm de trás", sublinhou ontem Vítor Constâncio, que relatou, na conferência de imprensa conjuntura com o ministro das Finanças, os problemas detectados desde 2007 pelo Banco de Portugal (BdP).
"Os problemas do BPN agravaram-se desde o Verão, mas vêm de trás", sublinhou ontem Vítor Constâncio, que relatou, na conferência de imprensa conjuntura com o ministro das Finanças, os problemas detectados desde 2007 pelo Banco de Portugal (BdP).
No ano passado, começou o governador, foram encontrados problemas relacionados com provisões do banco, que nalguns casos era necessário reforçar, e crédito a veículos em 'off-shores'. O banco não deu ao supervisor as informações solicitadas.
Ainda em 2007 o BdP comunicou aos órgãos do banco que se oporia a que este abrisse o seu capital em Bolsa "porque havia problemas a esclarecer antes de se passar a uma oferta pública inicial", referiu o governador. Não houve abertura de capital, mas a resposta às questões do BdP continuou a não chegar.
Só com a saída de Oliveira e Costa e a entrada de Abdool Vakil "é que surgiram respostas", sublinhou Constâncio. Daí o BdP concluiu que os veículos estavam ligados ao grupo e identificou um excesso de acções próprias. Levantou então a questão da relação do BPN com o Banco Insular, de Cabo Verde.
"A informação chegou no início de Junho: esse banco era do grupo SLN", disse o governador. Mas "mais surpreendente que essa revelação foi a descoberta de um conjunto vasto de crédito que não estava registado nem no Banco Insular nem no grupo". Eram, disse, "operações clandestinas num balcão virtual de centenas de milhões de euros".
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