Numa nota de “research” a que o Negócios teve acesso, o Citigroup mostra-se pessimista para a empresa portuguesa, adiantando que “lucros maiores, a reflectirem a hipótese de obrigações mais elevadas em 2010 e um plano de investimento exigente, não compensam o impacto negativo do aumento do custo de capital”.

“Além disso, o aumento recente nas ‘yields’ a dez anos das obrigações portuguesas e o seu perfil de menor risco tem, na nossa opinião, tornado a história de investimento da REN menos atraente”, explica a mesma nota.

Os analistas da casa de investimento realçam ainda que o preço do IPO da cotada portuguesa vai enfrentar desafios, perante a maior turbulência que se vive nos mercados.

“Esperamos que o governo coloque o preço acima de 2,75 euros por acção”, um valor desafiador na situação actual. Pelo que, o Citigroup coloca três cenários: o adiamento da operação, a revisão da remuneração ou a emissão de obrigações convertíveis.

Ainda assim, o banco esclarece que o IPO poderia aumentar o apetite pela acção e aumentar o capital disperso em bolsa.

Do lado positivo, o Citigroup destaca que a remuneração accionista atractiva continua a ser o principal catalisador da acção. Porém realça que o dividendo da REN permanece praticamente estabilizado, enquanto os seus pares se aproximam de um crescimento de dois dígitos.

“Continuamos a preferir a Red Eléctrica de Espanha ou a Enagás à REN devido aos retornos mais elevados, menores custos de capital, maior crescimento e menor incerteza nos retornos”, acrescenta o “research”.