Concessão para Santuário do Cabo Espichel ficou deserta
A Diocese de Setúbal quer explorar o imóvel com turismo religioso. A intenção da Igreja pode ter afastado investidores.
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O Santuário do Cabo Espichel foi, pela primeira vez, no ano passado, lançado a concurso no Revive. Mas a adjudicação ficou sem sucesso e o edifício religioso vai novamente a concurso. Ao Negócios, o Ministério da Economia revela que foi apresentada apenas "uma proposta" no concurso de concessão do Santuário de Cabo Espichel", que "foi excluída por não respeitar os termos do caderno de encargos". O Turismo de Portugal está agora a avaliar "a oportunidade e condições de lançamento de um novo concurso para concessão deste imóvel", diz ainda o ministério liderado por Siza Vieira. Por revelar ficam a empresa que apresentou a candidatura e o que ficou por cumprir no caderno de encargos, na proposta apresentada. A Diocese de Setúbal, coproprietária do imóvel que fica em Sesimbra, tinha como intenção focar a atividade do edifício em turismo religioso. Durante o lançamento do concurso, o bispo de Setúbal, D. José Ornelas, frisou que o Cabo Espichel teria um "novo rosto" para a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude, que Portugal recebe no verão de 2023. "É uma ocasião a não perder no ponto de vista turístico, porque vão estar aqui muitos jovens, e a memória de chegar a um santuário destes vai ser importante, vão levá-la consigo e para a vida", disse o bispo. Além disso, apenas parte do edifício, classificado de interesse público desde 1950, estava a concurso para a concessão. São duas das razões que podem ter afastado investidores do concurso que esteve em curso entre 18 de maio e 21 de setembro de 2021. Casa do Outeiro abre portas em 2023 O último concurso do Revive concluído no ano passado foi a Casa do Outeiro, em Paredes de Coura, que foi adjudicado ao consórcio AGNT – Gestão e Mediação, Lda. O contrato de concessão foi assinado a 26 de novembro de 2021 e a exploração do imóvel tem um prazo de 50 anos. O edifício pertence hoje à Câmara de Paredes de Coura e, durante séculos, foi propriedade da família d’Antas. A partir de 2023 vai abrir portas com uma nova vida e vai disponibilizar alojamento, assim como atividades culturais. O investimento previsto é de 5,4 milhões de euros, com uma renda anual fixada em 19.801 euros.
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