Nos primeiros nove meses deste ano foram abertos 3.626 novos processos de insolvência, o primeiro passo para que seja decretada a falência de uma empresa. De acordo a recolha da Crédito y Caución, os pedidos de insolvência subiram 42% face a igual período do ano passado, quando o número de processos ascendeu a 2.558.

O sector dos serviços é o mais afectado, de acordo com a empresa especializada na área de gestão do risco de crédito. De Janeiro a Setembro foram abertos processos de falência em 727 empresas. Há um “claro agravamento do sector dos serviços, que se converteu no primeiro gerador de insolvências judiciais com 33% do total, após ter triplicado os níveis de insolvência em relação a 2008”, pode ler-se no estudo da Credit y Caución.

Também com um agravamento da situação está o sector da construção, cujo número de processos de insolvência nos primeiros nove meses do ano, de 328, representa um aumento de cerca de 20% face a igual período de 2008. O sector têxtil também está a atravessar um período de sérias dificuldades. De Janeiro a Setembro, 235 empresas entraram com o pedido de falência nas instâncias judiciais.

O sector têxtil, o terceiro a gerar insolvências judiciais em Portugal, é responsável por 11% do total de pedidos de insolvência e “confirmou uma tendência de deterioração”, de 27% face aos primeiros nove meses de 2009. “O aumento das insolvências judiciais é mais um indicador do complexo momento económico que atravessam muitas empresas portuguesas. Na maioria dos casos a deterioração da solvência produz-se de forma progressiva”, afirma o relatório da Credit y Caución.

A recolha de dados por parte da Credit y Caución é realizada com base nos processos de insolvência publicados em Diário da República.