O Governo espanhol aprovou a Oferta Pública de Aquisição de 22,4 mil milhões de euros da Gas Natural pela Endesa, a maior eléctrica espanhola, mas impôs 20 condições para que esta aquisição possa avançar.

Entre as vinte condicionantes apontadas pelo executivo de Zapatero estão a obrigatoriedade da Gas Natural reduzir a sua posição na Enagas para 1%, a venda de 1,5 milhões de clientes de distribuição de gás e a redução da sua quota deste mercado para os 60%, bem como a venda de 4,300 MW que a empresa detém na Península Ibérica.

«O governo acredita, não só, que a OPA não diminui a concorrência, mas também que a vai melhorar, tendo em conta as condições impostas», afirmou Maria Teresa Fernandez de La Vega, vice-primeira ministra.

A aquisição da Endesa depende agora se a Gas Natural é capaz de cumprir as condições impostas pelo governo espanhol e depois, da aceitação dos accionistas da Endesa, que esperam uma melhoria na oferta de aquisição hostil feita pela Gas Natural. As acções da eléctrica espanhola encerraram a sessão de ontem 17% acima do valor oferecido por acção, por parte da Gas Natural. A OPA está condicionada à obtenção de 75% do capital da Endesa.

«Se a Gas Natural quer obter uma posição maioritária na Endesa tem que aumentar a sua oferta», segundo o analista da Morgan Stanley, Julian Garcia Pablo, citado pela Bloomberg.

A Endesa tem tentado resistir à aquisição por parte da Gas Natural através do aumento dos dividendos pagos aos accionistas e com a promessa de aceleramento dos lucros em 12% por ano, até 2009. A maior eléctrica espanhola recorreu até aos tribunais de Espanha e europeus para tentar parar a OPA.

Depois dos anúncio de aprovação da OPA pelo governo, os títulos da Gas Natural seguiam a subir1,89% para os 24,80 euros e os títulos da Endesa ganhavam 0,69% para os 25,04 euros.