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João Rendeiro: O banqueiro que afinal é funcionário público

O banqueiro João Rendeiro manteve o vínculo à função pública, de onde saiu com uma licença de vencimento ilimitada. É o próprio que o assume no livro "João Rendeiro - Testemunho de um Banqueiro", lançado na segunda-feira em Lisboa num dia que considerou "não ser o melhor".

26 de Novembro de 2008 às 00:01

O banqueiro João Rendeiro manteve o vínculo à função pública, de onde saiu com uma licença de vencimento ilimitada. É o próprio que o assume no livro "João Rendeiro - Testemunho de um Banqueiro", lançado na segunda-feira em Lisboa num dia que considerou "não ser o melhor".

Quem lê o livro percebe o porquê. O Banco Privado Português (BPP) está a passar por uma crise que pode ameaçar a sua sobrevivência e Rendeiro apresenta o seu caso de sucesso no mundo financeiro. Mas revela que é funcionário público.

Quando acabou o curso entrou no Ministério da Indústria. "Iniciei assim o meu vínculo à função pública, que, aliás, ainda hoje se mantém - pedi uma licença sem vencimento de prazo indeterminado". Apesar de assumir que cedo percebeu que "a administração pública não seria o meu futuro profissional", nunca se desvinculou.

O percurso profissional levá-lo-ia a criar o Banco Privado e assume que quando o deixar "certamente me dedicarei a um projecto de pequena dimensão centrado na gestão de activos". Mas agora é tempo de resolver o problema.

O dia de publicação e lançamento do livro estava marcado e foi mantido. Em breve poderá ter de ser actualizado. Sobre a crise financeira, Rendeiro destina o último parágrafo: "No que diz respeito ao Banco Privado, a tónica é sobreviver a esta catástrofe da crise financeira, com o mínimo de dados possível, por forma a que numa viragem de ciclo possamos voltar a crescer de uma maneira significativa. A crise não dura eternamente. Veremos quem cai, quem fica de pé e quem se transforma".

Garante estar habituado a "ter momentos maus". Quem lê, agora, o livro não se consegue distanciar da situação que o BPP vive e por isso se atenta a algumas das suas citações. "O verdadeiro investidor é aquele que consegue absorver as suas menos-valias".

Ou "é nos períodos difíceis que devemos reagir e avançar ainda mais. Desde que se tenha dinheiro, claro. É por isso que tenho sempre a preocupação de ter munições de reserva para estar bem em qualquer situação". João Rendeiro sabe que a crise do banco é também a sua. "O Banco Privado cresceu muito assente na minha imagem", mas "ter uma relação próximo dos media é, no entanto, um pau de dois bicos. Da mesma forma que nos promovem num dia a herói, na manhã seguinte podemos passar de herói e vilão".

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