Lucros da Media Capital caem 90% nos primeiros nove meses
A dona da TVI registou lucros de 1,185 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, uma queda de 90% face aos 12,081 milhões do mesmo período de 2018. Auditoria voluntária corrige contas do grupo, contabilizando mais 3,2 milhões de euros de passivo.
A Media Capital reportou um resultado líquido de 1,185 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a um recuo de 90% face aos lucros de 12,081 milhões regstados no período homólogo de 2018.
Esta redução proveio, na maior parte, do desempenho operacional, refere a empresa no seu comunicado das contas. No terceiro trimestre, esta linha baixou de 1,6 milhões para -4,7 milhões.
O grupo sublinha que, tendo em consideração a auditoria voluntária realizada às suas demonstrações financeiras consolidadas a 30 de junho de 2019, por parte do auditor da sociedade, "foram identificadas incorreções relativas a, entre outros, erros de corte de operações àquela data, relacionadas com prestações de serviços e gastos operacionais, estando o resultado líquido consolidado a 30 de junho sobreavaliado em aproximadamente 3,2 milhões de euros".
"Foram ainda identificados pagamentos efetuados a terceiros após a referida data no montante de, aproximadamente, 1,6 milhões d eeuros, reconhecidos no período incorreto. Consequentemente, em 30 de junho de 2019 o ativo e o passivo encontram-se subavaliados em, aproximadamente, 300.000 euros e 3,5 milhões de euros, respetivamente", diz a nota introdutória do relatório e contas.
Em consequência, "o conselho de administração da sociedade aprovou a informação intercalar relativa ao terceiro trimestre do exercício de 2019 tendo considerado nas respetivas demonstrações financeiras os efeitos identificados pelo auditor da sociedade que eram aplicáveis a 30 de setembro de 2019".
A empresa refere que, nos primeiros nove meses de 2019 os rendimentos operacionais recuaram 6% em termos homólogos, atingindo os 118,3 milhões milhões (contra 126 milhões em 2018), tendo a queda sido de 19% no trimestre completado a setembro.
No acumulado entre janeiro e setembro, os rendimentos de publicidade tiveram uma evolução negativa (-7%), tendo recuado 24% só no terceiro trimestre.
No segmento de televisão, a publicidade registou uma variação de -11% (-32% no terceiro trimestre), ao passo que no segmento de Rádio & Entretenimento se verificou uma subida de 9% (+7% no 3T).
Já no segmento Outros (que inclui as áreas do Digital, assim como a holding e os serviços partilhados do grupo), houve uma melhoria de 14% em termos homólogos (+23% entre julho e setembro), sublinha o documento.
Os outros rendimentos operacionais, compostos essencialmente por rendimentos de produção audiovisual, serviços multimédia e rendimentos de cedência de sinal, diminuíram 5%, "sobretudo devido a uma quebra nos rendimentos associados a serviços multimédia". No terceiro trimestre, a queda foi de 8%. O valor de 2019 inclui um milhão d eeuros decorrente da mais-valia da alienação de ativos fixos tangíveis no segmento Rádio & Entretenimento, refere o relatório e contas.
No acumulado do ano, os gastos operacionais, excluindo amortizações, depreciações e gastos com restruturações, aumentaram 5%, passando de 101,0 milhões para 105,5 milhões. No terceiro trimestre, os gastos ajustados subiram 1% face ao período homólogo.
Excluindo gastos com restruturações, o EBITDA consolidado do grupo foi de 12,7 milhões, contra 25 milhões de 2018.
A margem EBITDA ajustada passou de 19,9% para 10,8%. No terceiro trimestre, o EBITDA ajustado recuou de 5,3 milhões para -2,2 milhões, com a margem a reduzir de 13,5% para -6,9%.
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