O jornalista Mário Crespo falava num almoço nas jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorrem num hotel em Guimarães e para o qual foi convidado para fazer o balanço de um ano de mandato do presidente norte-americano Barack Obama.

"Um elemento que foi referido é que era preciso solucionar o problema Mário Crespo e o problema Medina Carreira. Os dois em conjunto, não o sabíamos, mas sabemos constituímos um problema", afirmou o jornalista Mário Crespo na sua intervenção de meia hora, centrada na alegada conversa entre o primeiro-ministro e dois ministros.

Segundo Mário Crespo, este apelo "era dirigido a Nuno Santos [director de programas da SIC]". " Em conversa muito rápida, muito colérica e muito intensa. Inevitável ouvir-se por uma mesa que estava ao pé", acrescentou.

O fiscalista Medina Carreira foi ministro das Finanças socialista e tem sido, nos últimos tempos, bastante crítico do governo PS de José Sócrates, na área da economia e finanças públicas.

O jornalista explicou que "não se perdoaria" se não se referisse publicamente, nas jornadas do CDS, ao caso de que deu conta primeiro num artigo de opinião que foi rejeitado pelo Jornal de Notícias, publicado depois no `site´ do Instituto Sá Carneiro, ligado ao PSD, e posteriormente em vários jornais, e que sairá em livro brevemente, pela Alêtheia, de Zita Seabra e que será prefaciado por Medina Carreira.

No artigo de opinião recusado pelo JN, Mário Crespo acusa membros do governo de terem falado depreciativamente sobre ele durante um almoço realizado em Lisboa.

Contactada pela Lusa, fonte do Ministério dos Assuntos Parlamentares disse: "O governo não se ocupa de casos fabricados com base em calhandrices".

Nas jornadas do CDS-PP, Mário Crespo considerou que "o decretar da necessidade de uma solução para o problema Mário Crespo e para o problema Medina Carreira vem na sequência de soluções já conseguidas" para a TVI, para o Público e para Marcelo Rebelo de Sousa (na RTP).