"Números poderiam contaminar o processo". Ministro insiste em não revelar valor da Efacec
Ministro da Economia e do Mar foi chamado ao parlamento para esclarecer contornos da venda da Efacec ao fundo alemão Mutares mas não revelou mais detalhes, invocando o decorrer das negociações.
Ainda não foi nesta quarta-feira que o país ficou a conhecer o valor da venda da Efacec à Mutares. Foi na semana passada que o Governo anunciou que escolheu o fundo alemão como vencedor da corrida à empresa portuguesa parcialmente nacionalizada em 2020. Na conferência de imprensa para dar conta da decisão do executivo, o ministro da Economia, no entanto, pouco adiantou sobre o processo, explicando que há agora uma negociação em curso, garantindo apenas que tem a expetativa que o Estado consiga recuperar "grande parte ou a totalidade" da ajuda de 217 milhões de euros, aos quais acrescem 10 milhões de euros por mês enquanto a operação não for definitivamente fechada. E no debate de urgência "Quaisquer números que se revelem num processo desta delicadeza podem contaminar o próprio processo", atirou, respondendo aos deputados, que, com a exceção da bancada socialista, insistiram nas perguntas de detalhe sobre o processo. "
Foi na semana passada que o Governo anunciou que escolheu o fundo alemão como vencedor da corrida à empresa portuguesa parcialmente nacionalizada em 2020.
Na conferência de imprensa para dar conta da decisão do executivo, o ministro da Economia, no entanto, pouco adiantou sobre o processo, explicando que há agora uma negociação em curso, garantindo apenas que tem a expetativa que o Estado consiga recuperar "grande parte ou a totalidade" da ajuda de 217 milhões de euros, aos quais acrescem 10 milhões de euros por mês enquanto a operação não for definitivamente fechada.
"Quaisquer números que se revelem num processo desta delicadeza podem contaminar o próprio processo", atirou, respondendo aos deputados, que, com a exceção da bancada socialista, insistiram nas perguntas de detalhe sobre o processo.
O governante repetiu a ideia que a venda está ainda sujeita a
"O parecer da União Europeia e da Direção Geral da Concorrência em função do teste de mercado que foi feito" e a negociação com os credores, elencou, tal como já tinha feito na semana passada, além da luz verde "das autoridades da concorrência e do Tribunal de Contas", que já estavam previstos desde o relançamento do processo de venda em 2022.
Costa Silva apelou mesmo aos parlamentares para que "não ponham em causa este negócio, não façam descarrilar o processo e nós cá estaremos para prestar todos e quaisquer esclarecimentos", afirmou, deixando sem resposta as muitas perguntas que lhe foram dirigidas pelos deputados, desde logo pela bancada social-democrata, que agendou o debate.
"Para que serviu a conferência de imprensa? Propaganda?", começou por atirar Paulo Rios de Oliveira, que continuou numa longa sequência de indagações: "Qual a capitalização a fazer pela Mutares? Em que prazo? O que acontece aos acionistas minoritários? Há perdão da dívida pelos credores? O Banco de Fomento está envolvido?". Estas questões, e outras semelhantes disparadas sobretudo pelos partidos à direita do PSD, ficaram sem resposta.
Filipe Melo, do Chega, considera que a nacionalização não serviu para salvar a empresa "que só enterrou o dinheiro dos contribuintes. É destruir as contas públicas", criticou.
Pela Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto enunciou a evolução positiva que o setor atravessa e questionou "como é possível que num mercado em grande transformação, a Efacec pública tenha conseguido ter muito menos encomendas e dado prejuízo" do que antes da nacionalização de 71,73% do capital realizada em 2020.
Assim como ficaram sem resposta as críticas repetidas por comunistas e bloquistas sobre a decisão de vender a Efacec a privados.
"Mais uma vez temos a história de sempre: lucros privados, prejuízos públicos", atirou Duarte Alves do PCP, usando uma expressão que seria repetida por Inês Corte-Real, do PAN.
Isabel Pires, do Bloco de Esquerda criticou a "opacidade" da operação e questionou a escolha de um fundo "que não tem histórico de manter empresas". "Que garantias existem de recuperação do valor investido?", perguntou.
Rui Tavares, do Livre, constatou que "s
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