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Pedro Soares dos Santos diz que há “especulação” na alta dos alimentos

A actual subida dos preços dos bens alimentares, sustentado pela alta da matérias-primas é uma questão que envolve “muita especulação”, nomeadamente dos agentes intermediários, afirmou hoje Pedro Soares dos Santos, administradior-executivo da Jerónimo Mar

Isabel Aveiro ia@negocios.pt 22 de Abril de 2008 às 18:17

A actual subida dos preços dos bens alimentares, sustentado pela alta da matérias-primas é uma questão que envolve "muita especulação", nomeadamente dos agentes intermediários, afirmou hoje Pedro Soares dos Santos, administradior-executivo da Jerónimo Martins.

Em conferência de imprensa hoje realizada para apresentar a certificação obtida pelo grupo de distribuição alimentar para o desenvolvimento das marcas próprias, Pedro Soares dos Santos reconheceu que a subida de preço de alguns bens nos mercados em geral podem vir a tomar proporções "assustadoras". Um dos exemplos que deu foi o do arroz, que pode vir "a subir 100%", defendeu. "Ele [arroz] existe", mas a questão, salientou, é que os países produtores estão a cortar as exportações, o que dificulta o acesso dos distribuidores ao produto.

"Muitos destes problemas são bolhas", definiu Pedro Soares dos Santos. No caso do leite, o problema do aumento de preço só existe, defendeu, "porque a Lactogal tem o monopólio" do sector em Portugal.

No caso da JM, o administrador-executivo deu o exemplo: em Junho, a coincidir com o calendário das campanhas dos cereais, os preços com os fornecedores "podem ficar assegurados durante um ano". "Porquê então aumentar o preço do pão em Janeiro?", questionou. Alertou contudo para o facto de a manutenção dos preços entre fornecedores e grupo de distribuição estar indexada à existência de uma "relação estável" entre ambos.

Soares dos Santos destacou então a papel que a JM está a efectuar no desenvolvimento de marcas próprias para sustentar que são os grupos distribuidores como aquele que têm permitido a alguns consumidores manter o nível de consumo de alguns bens alimentares que nos últimos meses têm registado aumentos significativos. "Não gostamos das margens da indústria", assumiu, para acrescentar posteriormente que "existe uma capacidade produtiva no mundo que nós estamos a aproveitar".

E questionado sobre a presença da JM na área industrial, onde opera através de parceria com a Unilever, Pedro Soares dos Santos referiu que apenas "1% a 2%" da totalidade dos produtos de marca própria do grupo vêm das unidades da anglo-holandesa.

A JM tem actualmente 2.311 produtos de marca própria na área de retalho (Pingo Doce Feira Nova) e 785 na área grossista (Recheio). E embora os seus 280 fornecedores sejam de 14 países, 70% dos mesmos são de origem portuguesa .

As acções da JM [JMAR] seguiam a valorizar 2,27%, para 4,95 euros.

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