A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) alcançou lucros de 30,3 milhões de euros em 2024, que compara com os 2,5 milhões obtidos no ano anterior. 

"Este é o melhor resultados dos últimos cinco anos", disse o provedor Paulo Sousa na apresentação dos resultados, lembrando que a atividade teve "anos díficeis". 

"São bons indicadores de normalização", sustentou o responsável

As receitas cresceram 4,2% até aos 293,8 milhões de euros no espaço de um ano, mas refletiram uma melhoria de 34% em relação aos 218,6 milhões de euros de 2020.

O investimento no ano transato foi de 22,6 milhões de euros, com a área do património a destacar-se com as obras de reabilitação em prédios de rendimentos, com um valor de 7,4 milhões, e de atividade, com 4,4 milhões de euros. 

Em termos de despesa corrente, a SCML observou um aumento de 2,8 milhões de euros em relação a 2023 para os 253,8 milhões de euros. Este acréscimo é justificado pelo crescimento nos gastos com pessoal, que cresceram 9,1 milhões de euros, resultado de processos transversais à Santa Casa. A instituição terminou o ano com 5.961 colaboradores, que representaram uma despesa superior a 160 milhões de euros. 

Também o saldo global atingiu os 22,2 milhões euros e o saldo de gerência chegou aos 69,5 milhões. Sobre o saldo de gerência, que concentra a liquidez disponível, o vogal Luís Rego explica que é importante a SCML ter "uma almofada financeira para momentos desafiantes", lembrando a pandemia ou, mais recentemente, o apagão.

"A nossa missão é reconstruir a tesouraria da Santa Casa. A disponibilidade [de liquidez] diminuiu nos anos da Covid e temos vindo a melhorar. Temos o objetivo de 100 milhões de euros para 2027, mas o primeiro trimestre já terminou com uma liquidez de 81 milhões de euros e devemos terminar o semestre com 100 milhões", evidencia Luís Rego.