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Tecnológica do Porto dá saúde na Venezuela e brinca na China

A especialista em tecnologias para o retalho, fundada em 2011 por ex-quadros da Wipro, mudou software da maior cadeia de farmácias venezuelana e ganhou contrato para gerir os armazéns de um mega parque de diversões em Pequim.

25 de Setembro de 2020 às 09:30
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A portuguesa Retail Consult instalou o novo sistema informático que cobre quase toda a operação da Farmatodo, a maior cadeia de farmácias da Venezuela, desde as compras até à gestão dos stocks, distribuição das mercadorias, gestão das lojas e modelo de entregas rápidas de encomendas online. Três anos após cumprir um projeto semelhante para o mesmo cliente na Colômbia, esta especialista em soluções tecnológicas para a área do retalho terminou em setembro a implementação do software Oracle Retail nas 175 lojas venezuelanas.

Este foi o segundo projeto concretizado neste país da América Latina, onde esteve em 2012 a trabalhar com a Mercal (retalho alimentar), ao abrigo de um programa incentivado pelo governo liderado por Hugo Chávez. Só que, desta vez, "dado o contexto social que se vive no país e para não estar a deslocar colaboradores por razões de segurança", justifica a administradora Sílvia Gomes, a equipa de 35 pessoas operou num modelo 100% remoto – e a partir de março em teletrabalho devido à pandemia –, a 6.600 quilómetros distância e com cinco horas de diferença no fuso horário.

Da América para a Ásia, foi do outro lado do Pacífico que a empresa sediada em Leça do Balio, Matosinhos, assinou em abril outro contrato "relevante" para fazer a implementação do sistema de gestão de armazém do Universal Beijing Resort, um mega projeto na capital chinesa, com abertura prevista para a primavera de 2021, que inclui sete parques temáticos e que irá receber mais de dez milhões de turistas por ano.

"A China é o nosso mercado mais recente e vai ser interessante nos próximos tempos, até porque é o primeiro a dar sinais de recuperação da pandemia. Temos lá outras oportunidades", resumiu a responsável.

A Retail Consult está a fechar uma parceria com uma empresa chinesa para "garantir uma maior proximidade ao mercado, à cultura e à operação". É certo que vai ter "presença local", mas ainda está a ponderar se avança com um escritório próprio. Seria o sétimo desta empresa fundada em 2011 por cinco ex-funcionários da Enabler – quatro portugueses, um alemão e outro brasileiro –, uma "spin-off" da direção de Sistemas de Informação da Sonae Distribuição que a Sonaecom vendeu em 2006 à indiana Wipro.

No Centro Empresarial da Lionesa trabalham perto de 230 engenheiros informáticos, de um total de 300 espalhados também pela Alemanha, Brasil, EUA, México e Chile. Até ao final de outubro, pelo menos, vão continuar todos em teletrabalho. Tem projetos em vários segmentos do retalho, como moda, alimentação, farmácia, telecomunicações ou eletrónica – em Portugal são apenas dois, a Parfois e o grupo Sonae – e registou uma faturação de 26 milhões de euros em 2019. O confinamento obrigou vários clientes a fechar as lojas e isso teve um impacto imediato também nas receitas da Retail Consult. "Apesar de não terem cancelado os serviços connosco, reduziram bastante", relata Sílvia Gomes, estimando uma quebra entre 20% a 30% no final do ano.

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