Europa pressionada por resultados do setor do luxo. L'Oréal e Hermès perdem mais de 4%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quarta-feira.
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Europa pressionada por resultados do setor do luxo. L'Oréal e Hermès perdem mais de 4%
Os principais índices europeus negoceiam com uma maioria de perdas nesta quarta-feira, numa altura em que a divulgação de resultados de cotadas como a L’Oréal e a Hermès seguem a pressionar as bolsas do Velho Continente. Isto depois de o “benchmark” se ter aproximado ontem de máximos históricos.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – cede 0,21%, para os 572,11 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX cai 0,24%, o espanhol IBEX 35 avança 0,35%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,72%, o francês CAC-40 perde 0,71%, o britânico FTSE 100 ganha 0,71% e o neerlandês AEX mantém-se inalterado.
Após um forte início da temporada de apresentação de contas das cotadas europeias, impulsionado por empresas de artigos de luxo como a LVMH e a Kering, cotadas do mesmo setor estão hoje a pressionar a negociação, numa altura em que os investidores procuram por desenvolvimentos nas negociações comerciais entre os EUA e a China.
"Estamos a ver mais valor e mais crescimento nos setores industriais, é aí que vemos mais valor, enquanto o setor de consumo ainda está em baixa porque há muita incerteza no que diz respeito à política de tributação de tarifas”, disse à Bloomberg Anthi Tsouvali, da UBS Global Wealth Management. Nesta linha, a L'Oréal segue a cair mais de 6,50%, após ter reportado um crescimento de vendas no terceiro trimestre abaixo do esperado pelos mercados, com a fraqueza no mercado norte-americano a superar agora os sinais de melhoria no consumo de artigos de luxo na China – o maior mercado do setor.
Também francesa Hermès desvaloriza mais de 4%, já que à semelhança da L‘Oréal, também apresentou resultados que ficaram aquém das estimativas dos analistas.
Entre os setores, o automóvel recua 1,44% e o dos químicos perde mais de 0,80%.Por outro lado, as “utilities” lideram os ganhos com uma subida de 0,60%, seguindo-se o dos recursos naturais que avança 0,58%.
Entre outros movimentos do mercado, o Barclays valoriza 4,19%, depois de ter melhorado o seu "guidance” de retorno sobre o capital tangível para este ano e anunciado uma recompra de ações no valor de 500 milhões de libras.
Inflação britânica abaixo do esperado dá forte alívio a juros das "Gilts"
A taxa de juro da dívida do Reino Unido a 10 anos está a aliviar 7,5 pontos base, para 4,401% depois de a inflação britânica ter estabilizado nos 3,8% em setembro, abaixo dos 4% esperados pelos analistas. Esta leitura da inflação reforçou a expectativa de que o Banco de Inglaterra corte as taxas de juro.
Na Zona Euro, as "yields" agravam-se ligeiramente, com os juros das "Bunds" alemãs, referência para a Europa, inalterados nos 2,550%, enquanto em França a "yield" sobe 0,6 pontos base, para 3,347%.
A rendibilidade da dívida portuguesa sobe 0,6 pontos base, para 2,931%, enquanto no país vizinho a "yield" agrava-se igualmente em 0,6 pontos, para os 3,085%. Em Itália, os juros sobem 0,3 pontos, para os 3,344%.
Iene e euro ganham terreno. Libra cede face ao dólar
O dólar segue a perder terreno contra o iene, recuando do seu valor mais alto em uma semana face à divisa japonesa, depois de a queda do preço do ouro ter levado “traders” a fortalecerem posições noutros ativos-refúgio, como é o caso da moeda japonesa.
A esta hora, o dólar cai 0,06%, para os 151,797 ienes.
Pelos EUA, as expectativas de que o "shutdown" do Governo Federal termine em breve estão a diminuir, de acordo com o site de previsões Polymarket, que estima uma probabilidade implícita de 40% de o Governo dos EUA poder permanecer encerrado até 16 de novembro ou mais tarde.
O impasse complica a tarefa que a Reserva Federal (Fed) enfrenta na sua próxima reunião de política monetária a 28 e 29 de outubro - já que o “shutdown” tem influenciado a divulgação de importantes dados económicos -, mas ainda se espera que o banco central reduza as taxas diretoras em 25 pontos-base na próxima semana e novamente em dezembro.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar ganha 0,05%, para 98,985 pontos.
Por cá, a moeda única avança tímidos 0,03%, para 1.160 dólares. Ainda pela Europa, a libra desvaloriza 0,34% para os 1,333 dólares.
Ouro negoceia com ganhos após maior queda em 12 anos
Depois de ter registado, na sessão de ontem, a sua maior queda em mais de 12 anos, o ouro segue a negociar com ganhos, à medida que um dólar mais fraco e os preços mais baixos do metal amarelo ajudam o ouro a recuperar algum terreno perdido.
A esta hora, o metal perde 0,36%, para os 4.140,160 dólares por onça.
"O facto de as tensões comerciais entre os EUA e a China estarem em ‘lume brando’ foi o floco de neve que causou a avalanche e a reversão do ‘momentum’ do ouro”, disse à Reuters Matt Simpson, da StoneX.
O analista vê a queda de ontem como um reposicionamento técnico num mercado que “claramente precisava de uma retração” após um movimento prolongado acima dos 4 mil dólares por onça. “Suspeito que já vimos o pior da volatilidade diária, pois as quedas provavelmente ainda serão compradas”, acrescentou.
No plano comercial, Nova Deli e Washington estarão perto de um acordo há muito paralisado que reduziria as tarifas dos EUA sobre as importações indianas de 50% para 15% a 16%, de acordo com o jornal indiano Mint.
Os preços do ouro já subiram cerca de 56% este ano, atingindo um máximo histórico de 4.381,21 dólares por onça na segunda-feira, impulsionados por incertezas geopolíticas e económicas, compras sustentadas de bancos centrais e apostas em cortes nas taxas diretoras – valor que levou muitos “traders” a aproveitarem para retirar mais-valias na terça-feira.
Petróleo sobe perto de 2% e recupera de mínimos de cinco meses
Os preços do petróleo negoceiam com fortes ganhos nesta quarta-feira, recuperando de mínimos de cinco meses, impulsionados por possíveis riscos no abastecimento de crude e por esperanças de que Pequim e Washington consigam chegar a um entendimento comercial, ainda que durante a noite de ontem, Trump tivesse ameaçado impor tarifas de 155% à China a partir do dia 1 de novembro.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 1,85% para os 58,30 dólares por barril, ainda que esteja a reduzir alguns dos ganhos registados anteriormente. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 1,76% para os 62,40 dólares por barril.
O risco ligado ao abastecimento de petróleo surgiu com a notícia de que uma cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente russo, Vladimir Putin, foi adiada, bem como com o receio de perturbações alimentado pela pressão ocidental sobre as compras de países asiáticos de petróleo russo.
“Apesar do sentimento geral de baixa impulsionado pelo excesso de oferta de petróleo e pela fraca procura, o risco de interrupção do abastecimento em pontos críticos como a Rússia, a Venezuela, a Colômbia e o Médio Oriente permanece e impede que o preço do petróleo fique abaixo dos 60 dólares”, disse à Bloomberg Mukesh Sahdev, da XAnalysts.
Além dos fatores acima, os "traders" também acompanharam a tensão entre os EUA e a Venezuela, um importante produtor de petróleo. Isto depois de nos últimos meses, Trump ter ordenado ataques a pelo menos seis navios ao largo da Venezuela que os EUA suspeitavam de transportar narcóticos.
Os investidores também estão focados nos desenvolvimentos das negociações comerciais entre os EUA e a China, com um encontro marcado para esta semana entre autoridades dos dois países na Malásia.
Já o Departamento de Energia dos EUA disse na terça-feira que pretende comprar 1 milhão de barris de petróleo bruto para entrega à Reserva Estratégica de Petróleo, numa tentativa de aproveitar os preços relativamente baixos do "ouro negro" para ajudar a reabastecer as suas reservas.
Japão volta a fechar em máximos com mineiras e tecnológicas a pressionar a China
Os principais índices asiáticos fecharam em terreno dividido, com as bolsas japonesas a voltar a atingir máximos de fecho um dia depois de a eleição de Sanae Takaichi como primeira-ministra do país ter impulsionado o sentimento dos investidores, enquanto na China os índices fecharam a sessão com perdas, pressionados pelo recuo das mineiras, depois de o ouro ter tido a maior queda em mais de doze anos. Por cá, os futuros europeus apontam para uma abertura no vermelho, com o índice Eurostoxx 50 a cair cerca de 0,30% a esta hora.
Pelo Japão, o Nikkei subiu 0,22% e o Topix ganhou 0,73%. Já o sul-coreano Kospi avançou 1,41% para fechar igualmente num novo máximo. Na China, o Hang Seng de Hong Kong desvalorizou 0,90% e o Shanghai Composite cedeu 0,068%.
No Japão, fabricantes de automóveis como a Toyota e Honda deram renovada força aos índices, depois de a concorrente norte-americana General Motors ter ontem apresentado resultados, que ficaram acima das expectativas do mercado.
Além disso, empresas do setor da defesa também tiveram um bom desempenho, com a IHI e a Kawasaki Heavy a fechar a sessão com ganhos de mais de 6%, com alguns investidores a assumirem uma nova estratégia - o chamado “Takaichi trade” -, em que compram ações de empresas que acreditam que irão beneficiar dos planos da nova primeira-ministra de aumentar os gastos governamentais em setores estratégicos, como é o caso da segurança.
Já pela China, a Jiangxi Copper (-1,91%), o Zijin Mining Group (-1,90%), a Shandong Gold Mining (-3,17%) e a China Northern Rare Earth (-3,13%), estiveram entre algumas das cotadas pressionadas pela forte queda do ouro durante a sessão de ontem. A par das empresas de mineração, também tecnológicas como a Tencent (-1,51%), o Alibaba Group (-1,58%) e a Baidu (-2,30%) pesaram sobre a negociação, depois de a previsão de receitas da fabricante de “chips” norte-americana Texas Instruments para o quarto trimestre ter dececionado os investidores, prejudicando o clima em torno das ações do setor, que têm tido um rápido crescimento ao longo do ano.
Além disso, uma renovada preocupação em torno das relações comerciais entre Washington e Pequim voltou a pesar sobre o mercado.
Por agora, as atenções viram-se para o início de apresentação de contas das “sete magníficas”, com a Tesla a da4r o pontapé de saída após o fecho da sessão de Wall Street.
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