Gazprom invoca "força maior" para parar fornecimento na Europa

O gasoduto Nordstream 1 - o principal ponto de entrada de gás russo na Europa - está parado para manutenção desde a passada segunda-feira. Adensam-se as suspeitas de que poderá não reabrir.
Reuters
Marta Velho 18 de Julho de 2022 às 14:08

A empresa russa Gazprom estará a evocar "motivos de força maior" para interromper o fornecimento de gás à Europa, através do gasoduto Nordstream 1.

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De acordo com a Reuters, a indicação terá sido enviada a pelo menos um grande cliente na semana passada, a 14 de julho, com a empresa a prever dificuldades no abastecimento à Alemanha e países circundantes, devido a circunstâncias extraordinárias que fogem ao seu controlo.

O gasoduto Nordstream 1 está parado desde dia 11 de julho, numa interrupção habitual para uma manutenção de dez dias. Contudo, no seguimento das sanções à Rússia, devido à invasão militar da Ucrânia, os países da União Europeia temem que o equipamento não seja reativado na quinta-feira, como previsto.

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Bruxelas estará já a preparar um plano de contingência para apresentar na quarta-feira. O documento deverá apresentar limites ao uso de energia do bloco, bem como a diversificação de fontes de energia e ainda a criação de um sistema de alertas.

Na semana passada, a Gazprom tinha já emitido um comunicado a indicar não poder garantir o bom funcionamento do gasoduto Nordstream, por não conseguir confirmar se iria recuperar uma turbina alemã em reparação no Canadá.

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"A Gazprom não tem na sua posse qualquer documento que permita à Siemens retirar do Canadá o motor de turbina a gás" que Otava disse que quer restituir a Berlim, lia-se. "Nestas condições, não é possível tirar uma conclusão objetiva quanto ao desenvolvimento da situação relativa ao funcionamento em total segurança" do gasoduto.

A turbina em causa, em reparação no Canadá, foi a protagonista de mais um momento diplomático tenso, com a Alemanha a pedir ao executivo de Justin Trudeau uma exceção nas sanções a Moscovo, de forma a permitir a recuperação e envio do equipamento. O gesto foi condenado pela Ucrânia.

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