ERSE quer mercado “a funcionar” com novo simulador
O regulador da energia lança mais um simulador, pois quer mais utilizadores a comparar as ofertas de electricidade e gás e promover a mobilidade de clientes no sector. "Caso contrário, o mercado não funciona", diz a ERSE. E explica a ferramenta.
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) lança esta terça-feira mais um simulador para comparar os preços da electricidade e do gás. Sem a ajuda destas ferramentas, "o mercado não funciona", defende Pedro Verdelho, responsável da direcção de tarifas e preços da ERSE. O regulador quer consumidores mais informados e mais trocas no sector.
Os portugueses são dos que mais mudam de comercializador na Europa: fazem-no, em média, de três em três anos, aponta Verdelho. Mas o desejável é uma revisão anual, diz. "No primeiro trimestre as ofertas mais vantajosas eram da Endesa, agora já não são. Hoje há outros campeões de preços", garante o responsável, remetendo contudo para o boletim a publicar no segundo trimestre, que virá consolidar estes dados.
São mais de 200 as ofertas disponíveis no simulador e 21 os comercializadores. Os utilizadores têm a opção de avaliar os tarifários de electricidade e gás separadamente ou em conjunto, e escolher se querem que ambos pertençam ao mesmo comercializador ou não.
A simulação pode ser personalizada, o "caminho mais correcto e mais longo", ou mais rápida, baseada em três casos-tipo: quando a factura marca 40, 100 ou 200 euros por mês. Optando por esta segunda via, ainda há a hipótese de aplicar alguns filtros: escolher olhar para as ofertas sem fidelização, as que dão direito a serviços complementares – como planos de saúde ou reparações – ou mesmo seleccionar ofertas de energia 100% renovável. No final, o consumidor pode comparar até quatro tarifários. Se quiser mudar, tem discriminados os contactos indicados.
Para assegurar que os portugueses conseguem tirar partido da solução, há uma outra ferramenta a ser anexada posteriormente: a ERSE vai ensinar a navegar nas facturas dos diferentes operadores e a retirar os dados necessários.
O regulador vê com bons olhos a co-existência com outros simuladores pois "potencia a participação dos consumidores e a literacia energética", justifica Pedro Verdelho. A presidente da ERSE, Cristina Portugal (na foto), diz que esta é uma "obrigação enquanto regulador". Vai disponibilizar ainda os dados nos quais outros simuladores se irão basear, pelo que a informação prestada por todos vai ser "coerente e consistente", explica o responsável.
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