Resultado da EDP recua 12% para 952 milhões de euros
Resultado operacional dos primeiros nove meses do ano recuou na mesma proporção, atingindo 3,77 mil milhões de euros. A dívida líquida disparou 11% para 17,3 mil milhões.
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O lucro da EDP recuou 12% nos primeiros nove meses do ano face ao mesmo período de 2024. Atingiu 952 milhões de euros num período em que a dívida líquida disparou 11% para cerca de 17,3 mil milhões de euros.
Os números foram comunicados ao mercado em simultâneo com os da EDP Renováveis, cujo resultado afundou quase 50%.
A produção disparou 14% para 48 mil GWh, mas o peso das energias renováveis neste total desceu de 97% para 89%.
Entre setembro de 2024 e setembro de 2025 a elétrica ganhou 144 mil clientes: são agora aproximadamente 12 milhões de contratos (embora os 8,7 milhões de clientes efetivamente fornecidos sejam agora menos 100 mil do que há um ano).
A margem bruta seguiu praticamente inalterada nos 5,2 mil milhões de euros.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) desceu 3% para 3,77 mil milhões de euros.
"Excluindo a contribuição dos ganhos de rotação de ativos, o resultado líquido subjacente aumentou 5% em termos homólogos", salienta a companhia liderada por Miguel Stilwell d'Andrade. Esse crescimento foi impulsionado por dois fatores: por um lado, a subida de 3,4GW na capacidade renovável, "resultando num aumento de 14% na produção total de eletricidade, com forte contributo das operações nos EUA"; por outro, "um sólido desempenho das redes de eletricidade em Portugal e Espanha".
"Na atividade integrada de produção e comercialização de energia na Península Ibérica e Brasil, o EBITDA recorrente totalizou 1.142 milhões de euros, uma redução de 15% face ao período homólogo, sobretudo devido a maiores custos de abastecimento de energia", nota a companhia, salientando que "apesar dos elevados recursos hídricos registados nos primeiros nove meses (38% acima da média histórica em Portugal, valor que compara com 33% no período homólogo), a produção hídrica na Península Ibérica caiu 4%, devido à utilização parcial desses recursos para recuperar os níveis dos reservatórios no início do ano".
Na produção eólica e solar registou-se "um aumento da capacidade instalada de 18% em termos homólogos, que levou a uma produção renovável 14% superior face aos mesmo período de 2024, mitigado pela queda de 9% no preço médio de venda de energia", nota a EDP.
Dívida dispara 11%
A empresa justifica o crescimento de 11% da dívida líquida (que atingiu 17,3 mil milhões de euros) com "o investimento realizado no período, uma menor contribuição de transações de rotação de ativos, cujos encaixes financeiros estarão maioritariamente concentrados no último trimestre de 2025, e o pagamento do dividendo anual relativo a 2024, de 20 cêntimos por ação, que ocorreu no dia 6 de maio".
Os custos financeiros líquidos aumentaram 13% para 742 milhões de euros, "refletindo o acréscimo do custo médio da dívida em 43 bps para 4,9%, impulsionado pela subida dos indexantes em reais brasileiros e pelo aumento do montante médio da dívida face ao ano anterior", lê-se no comunicado enviado ao mercado.
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