Governo quer reforço de verbas para o E-Lar depois de esgotar 30 milhões em cinco dias
Maria da Graça Carvalho confirma 32 mil candidaturas e admite redirecionar fundos do PRR e do Fundo Ambiental para responder à forte procura e às candidaturas suspensas.

O programa E-Lar, destinado a apoiar famílias na substituição de eletrodomésticos por equipamentos mais eficientes, esgotou em apenas cinco dias os 30 milhões de euros disponíveis, revelou a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho. Até às 18h30 de sábado, 5 de outubro, o sistema tinha registado 32.032 candidaturas, um volume que iguala a dotação orçamental da iniciativa.
"Em cinco dias tivemos cerca de 32 mil candidaturas que correspondem a cerca de 30 milhões de euros. É um grande sucesso", disse a ministra, lembrando que "tirando o (pico) inicial, com 385 mil pessoas a tentar entrar na plataforma, o programa decorreu muito bem”.
O Governo está agora a negociar com a Comissão Europeia e a Unidade de Missão do PRR "uma forma de acrescentar mais financiamento a esta medida" para abranger mais famílias.
Em causa está a avaliação da possibilidade de transferir parte dos 60 milhões de euros previstos para o programa Bairros Mais Sustentáveis para o E-Lar, medida que, segundo Maria da Graça Carvalho, permitiria dar resposta à forte procura e às oito mil candidaturas que ficaram em suspenso no momento em que a plataforma fechou.
A governante explicou ainda que há valores não utilizados dentro das candidaturas já aprovadas, dado que muitas famílias não recorreram ao apoio máximo disponível — de 1.100 euros para a classe média e 1.680 euros para famílias vulneráveis. Isso poderá permitir algum reaproveitamento de verba numa reabertura parcial do programa.
Segundo a ministra, "há nove candidaturas que já foram comprar os eletrodomésticos", dos quais sete da classe média, a que corresponde um valor de 3.900 euros, e duas do grupo de famílias vulneráveis, com um valor de 2.202 euros, ou seja, não utilizaram o valor máximo disponível.
“É um programa muito interessante do ponto de vista do combate à pobreza energética e à eletrificação de um sector que ainda precisa de ser convertido, que é o dos edifícios, nomeadamente a habitação, e esperamos conseguir financiar mais este programa e permitir ter mais pessoas satisfeitas por conseguirem trocar os seus electrodomésticos", sublinhou Maria da Graça Carvalho.
O Governo fará um balanço semanal, às sextas-feiras, para avaliar a distribuição das candidaturas entre famílias vulneráveis, de classe média e geograficamente pelo país. O Fundo Ambiental, que tinha 10 milhões de euros reservados para a medida com maior execução, deverá também ser mobilizado para reforçar o E-Lar.
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