pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

"Se queremos descarbonizar, é preciso discutir quem paga o diferencial de custo", diz a Galp

Empresa investiu 650 milhões de euros em hidrogénio e HVO em Sines, mas diz que o nível de apoio público é insuficiente e ameaça a competitividade industrial face a Espanha.

Torre da Galp em Sines
Torre da Galp em Sines Bruno Simão/Negócios
14:31

A Galp voltou a apontar o dedo à diferença de incentivos públicos à transição energética entre Portugal e Espanha. Segundo Nuno Bastos, vice-presidente executivo de Upstream, a empresa investiu 650 milhões de euros nos projetos de hidrogénio e HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado) em Sines, mas recebeu apenas 9 milhões de euros de apoio público no âmbito do PRR.

“Em Espanha, projetos de dimensão idêntica receberam entre 150 e 165 milhões de euros. A diferença é gritante e afeta diretamente a competitividade da indústria portuguesa”, afirmou o gestor.

Os projetos em Sines são estratégicos para a descarbonização das refinarias da Galp, mas Bastos deixou claro que o atual nível de incentivos “não cobre o diferencial de custo entre as tecnologias verdes e as convencionais”. “Produzir hidrogénio verde continua a ser entre três e cinco vezes mais caro do que o hidrogénio azul. Se queremos descarbonizar, é preciso discutir quem paga o diferencial”, apontou o gestor.

Apesar das críticas, o responsável garantiu que a Galp vai manter os investimentos na transição energética, suportados pela forte geração de caixa do upstream, sobretudo pelo projeto Bacalhau, no Brasil. “O upstream dá-nos a capacidade financeira para investir na descarbonização. Mas é preciso que o país também jogue nesse sentido”, concluiu.

"O projeto Bacalhau, no Brasil, vai gerar cerca de 400 milhões de dólares por ano em free cash flow no pico e é com esse dinheiro que financiamos os investimentos em hidrogénio, biocombustíveis e descarbonização das refinarias”, explicou.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio