Falida Dielmar publica anúncio à procura de compradores a duas semanas do “dia D”
Na corrida contrarrelógio para salvar a Dielmar, empresa de vestuário de Alcains, Castelo Branco, que entrou em processo de insolvência no início do mês passado, deixando cerca de 250 trabalhadores à beira do desemprego, há alegadamente dois ou três interessados na viabilização da fábrica, mas sem confirmação oficial.
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Entretanto, este sábado, 18 de setembro, surge na imprensa um anúncio em que o administrador de insolvência da Dielmar, João Francisco Gonçalves, "vem divulgar a disponibilidade da massa insolvente para receber manifestações de interesse de entidades que pretendam apresentar propostas destinadas à viabilização do estabelecimento industrial da referida sociedade, apresentando, claramente, o conteúdo da solução que propõem, o prazo de execução e os meios financeiros associados à mesma".
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De acordo com o mesmo anúncio, as manifestações de interesse na compra da Dielmar "deverão ser apresentadas até às 16 horas do dia 27 de setembro, disponibilizando-se o administrador judicial para, até lá, fornecer aos interessados os elementos que estes considerem necessários à realização da sua análise e proporcionar a visita às instalações".
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Ou seja, um mês e meio depois de ter sido decretada a insolvência da Dielmar, o gestor judicial da empresa vem agora anunciar que os interessados na sua aquisição têm uma semana para chegarem-se à frente.
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Um anúncio que surge a pouco mais de duas semanas da realização da decisiva assembleia de credores da Dielmar, que está marcada para o dia 6 de outubro, no Tribunal Judicial do Fundão.
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Recorde-se que, após uma década a injetar dinheiro na Dielmar, que soma prejuízos desde 2011, o acionista e credor Estado perdeu a paciência com a fabricante de vestuário depois de ter tido "conhecimento, pela comunicação social, de que a empresa Dielmar apresentou, na última sexta-feira, o pedido de insolvência", lia-se num comunicado do Ministério da Economia enviado às redações a 2 de agosto.
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Nesse mesmo dia, os contribuintes ficaram a saber, pela boca do próprio ministro da Economia, o histórico do desconcertante e lesivo para os cofres estatais envolvimento de entidades do Estado numa das maiores empregadoras da região da Beira Baixa.
"Mais de oito milhões de euros públicos já estão a apoiar a empresa e, portanto, não vale a pena meter dinheiro bom, dinheiro fresco, em cima de uma empresa que, neste momento, não tem salvação", sentenciou o ministro Pedro Siza Vieira.
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Mas, a acreditar nos valores constantes na declaração do gabinete do ministro Pedro Siza Vieira, as perdas para o Estado na Dielmar podem ultrapassar os 10 milhões de euros.
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Basta somar os 5,2 milhões de euros que dois fundos públicos, o Fundo Autónomo de Apoio à Concentração e Consolidação Empresarial (FACCE) e o Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas (FIEAE), aportaram à Dielmar, aos 1,7 milhões de euros de créditos da Segurança Social e aos 3,2 milhões de euros de dívida garantida pelo Estado.
Desmentindo a justificação dada pela administração da empresa liderada por Ana Paula Rafael, de que a insolvência da Dielmar era culpa da pandemia, o ministro da Economia disse, na altura, que o Estado "não serve para ajudar empresários", não poupando críticas à equipa liderada por Rafael e à sua gestão "muito pouco clara".
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