Gramax investe um milhão na antiga fábrica da Triumph

Nova TGI moderniza, com um milhão de euros de investimento suíço da Gramax, a antiga fábrica da marca de roupa interior Triumph em Portugal, alterando o modelo de negócio.
Gramax investe um milhão na antiga fábrica da Triumph
Isabel Aveiro 04 de Janeiro de 2017 às 16:25

O grupo de investimento Gramax Capital, que em Setembro último formalizou a compra da fábrica que a multinacional Triumph tinha em Portugal, vai investir mais de um milhão de euros para modernizar a unidade têxtil situada em Sacavém, foi anunciado esta quarta-feira, 4 de Janeiro.

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A sociedade que detém e gere activo fabril, que agora passou a ser designada por TGI – Têxtil Gramax International, é agora 100% detida pela Gramax Capital (com actividade sediada na Suíça e Alemanha) desde que a Triumph decidiu desinvestir na indústria no território português em 2016.

Mas, como explica Manuel Pereira, presidente executivo (CEO) da TGI, ao comprar (por valor não revelado) a fábrica, a Gramax adquiriu "55 anos de história" e de know how num sector específico do têxtil português, "manteve os 500 postos de trabalho", incluindo a equipa gestora, e agregou um montante de "20 milhões de euros de volume de negócios" (fecho de 2016), realizado "exclusivamente por exportação".

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O que muda?

Do plano de investimento superior a um milhão de euros previstos para a TGI, cerca de 400 mil euros foram já executados em maquinaria, formação profissional, software e contratação de 20 novas pessoas. E, paralelamente, a unidade muda também o modelo de negócio – apresentado esta quarta-feira, 4 de Janeiro, em cerimónia a que assistiu o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

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Manuel Pereira, em declarações ao Negócios, explica a mudança: "deixámos de trabalhar minutos para a Triumph", num sistema em que a marca de roupa interior era o cliente único e controlava todas as fases do processo; para a TGI ser uma "empresa ‘stand alone’", que domina a cadeia de produção de "A a Z", "desde o design" até "entrega", passando pelo desenvolvimento do produto e pela relação com os fornecedores.

"Hoje temos uma empresa mais hábil", explica o CEO da TGI, "capaz de satisfazer" a procura de empresas de grande dimensão, mas também clientes mais pequenos. A relação com a Triumph mantém-se – até porque, garante o gestor, a marca reconhece a "localização geográfica privilegiada" da unidade de Sacavém, a "competência e valores da empresa" portuguesa, o facto da TGI fazer parte dos "maiores produtores europeus de lingerie", a "grande flexibilidade de produção" e a importância dos "fornecedores nacionais".

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Mas, a partir de Setembro, a multinacional suíça de roupa interior é apenas um dos clientes (de grande dimensão) e uma das marcas fornecidas a partir de Sacavém.

Para a Gramax, nascida em 2011 e especializada em "investir em empresas com receitas entre 25 e 250 milhões de euros", segundo a definição descrita no "site" oficial, a vontade da Triumph alienar a unidade fabril (sem contudo cortar o vínculo com o fornecedor industrial sediado no concelho de Loures) foi "um casamento de interesses", qualifica Manuel Pereira.

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A "TGI é um negócio rentável", justifica, por seu turno, Alexander Schwarz, um dos fundadores (juntamente com Achim Pfeffer) da Gramax Capital e actual "managing partner" da sociedade de investimento. O perfil assentava no portefólio de investimento da Gramax, e tinha a vantagem de, neste caso, manter a equipa de gestão, num sector – o têxtil – que está em "cenário de mudança" em termos globais.

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