Sonae Indústria tem 22 milhões em fábricas inactivas à venda
Completa-se este ano uma década sobre o rude golpe que a Sonae Indústria sofreu e que a fez mudar de vida. Com 34 fábricas em nove países e mais de sete mil trabalhadores, fechou 2008 com prejuízos de 82 milhões de euros e uma dívida líquida recorde de 890 milhões. Empreendeu então uma profunda e virtuosa reestruturação, concluída em 2016, que foi complementada, nesse ano, com uma parceria estratégica com a chilena Arauco (50/50%), que deixou de fora as operações do grupo português na América do Norte e três unidades fabris na Europa.
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Hoje, a Sonae Indústria consolida 17 fábricas em cinco países (Portugal, Espanha, Alemanha, Canadá e África do Sul) e tem menos de metade do efectivo de há 10 anos. Há dois anos que obtém lucros, enquanto a dívida proporcional fechou o último exercício nos 301 milhões de euros.
Do seu vasto passado industrial, que até chegou a dar-lhe o estatuto de maior multinacional portuguesa, herdou uma pesada carteira de fábricas inactivas, que tem tido dificuldade em alienar. Daí que mantenha um grande enfoque na procura de oportunidades para monetização dos seus activos imobiliários relacionados com essas unidades e nos esforços para reduzir os respectivos custos correntes.
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Somando os activos imobiliários para venda "da Sonae Indústria, que rondam os 13 milhões de euros, aos que estão na Sonae Arauco, mas que são da nossa responsabilidade, o total rondará os 22 milhões de euros, em termos de valor contabilístico", revelou Christopher Lawrie, presidente do comité de gestão da empresa, em declarações ao Negócios.
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Presidente do comité de gestão da Sonae Indústria
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À venda em Portugal, Espanha e na Alemanha
Em causa estão sobretudo três unidades industriais em Portugal, duas em Espanha e uma grande na Alemanha. "Activos de difícil alienação", pelo que o grupo tem também tentado a via do arrendamento. Na Alemanha, o grupo português "vendeu alguns lotes para projectos residenciais" e tem "para arrendar parte dos armazéns", enquanto em Espanha recebe renda pelo arrendamento de uma das duas unidades inactivas.
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Já em Portugal, a empresa fundada por Belmiro de Azevedo tem actualmente arrendada uma unidade fabril situada em Vilar, Vila do Conde. Trata-se de uma antiga fábrica de componentes e cujo actual ocupante "detém uma opção de compra obrigatória" para exercer no próximo ano. Segundo Christopher Lawrie, esta operação deverá resultar num encaixe da ordem de um milhão de euros. O mesmo gestor disse que, no ano passado, a venda de equipamentos não utilizados rendeu ao grupo cerca de 2,9 milhões de euros.
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