Extinção dos Estaleiros de Viana custou 700 milhões
O valor corresponde ao balanço negativo com que a empresa deverá, no início do ano que vem, encerrar definitivamente a sua actividade. Segundo o Diário de Notícias, a venda dos lotes de aço em curso não terá grande influência nas contas finais da ENVC.
Os prejuízos acumulados ao longo dos anos pela empresa pública que geria os estaleiros de Viana do Castelo levarão a empresa a acumular um saldo negativo de 700 milhões de euros nas suas contas, que no entanto - garante o presidente da holding da Defesa - não terão impacto no défice.
Em declarações ao Diário de Notícias desta quarta-feira, 13 de Dezembro, João Pedro Martins, presidente da Empordef, refere ainda que que o contas finais estarão dependente do montante que vier a ser apurado com a venda dos lotes de aço que se destinavam à construção dos navios asfalteiros para a Venezuela e com os quais a empresa espera encaixar até 5,5 milhões de euros.
A liquidação da companhia está prevista para as primeiras semanas do ano que vem, depois de concluída a venda das 15.700 toneladas de aço, cujos procedimentos concursais terminam na próxima segunda-feira, 18 de Dezembro.
Este material tinha como destino a construção de dois navios asfalteiros que tinham sido encomendados aos estaleiros à empresa petrolífera venezuelana PDVSA em 2010, mas a construção nunca começou.
A holding da indústria da Defesa - a Empordef, empresa-mãe da ENVC - está igualmente em processo de extinção, que terá de estar concluído, pelos prazos legais, até Julho do ano que vem.
A reestruturação dos ENVC foi iniciada em 2011, no final do último governo Sócrates, depois de a reprivatização da infra-estrutura ter falhado. O Governo Passos/Portas ainda tentou recuperar os estaleiros, mas a intransigência de Bruxelas em considerar ilegais ajudas públicas aos estaleiros impediu essa salvação.
A companhia pública seguiu então, a partir de 2013, para a extinção e a área afecta à actividade dos estaleiros foi entreatno subconcessionada à West Sea, do grupo Martifer. O processo de dissolução da ENVC arrastou-se por causa do diferendo com a Venezuela sobre o contrato de construção dos asfalteiros, um contrato que acabou por ficar resolvido em Maio passado.
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